SAUDADES DE HAMBURGO
Hamburgo! Hamburgo!
Adeus, adeus.
As saudades de ti
dilaceram meu coração
e se agravam por saber
que jamais te reverei,
pois da Morte já ouço o
som dos clarins
anunciando minha viagem
em direção ao Estige.
És do Universo uma das cidades
mais lindas!
As tuas ruas límpidas
como as aguas do mar;
as praças perfumadas
pelas flores dos jardins.
Os serenos lagos
congelados no inverno,
onde crianças de roupas
coloridas patinam.
Os parques onde sorriem
árvores verdejantes,
e os passarinhos em
algazarra tecem ninhos.
À noite os astros te
beijam com seus raios.
Oh Hamburgo: eu te amo,
te amo como
o infeliz Romeu amor a
desditosa Julieta!
Amo a neve que chove
compondo poesia.
Amo as torres de tuas
igrejas beijando as nuvens;
amo as brancas gaivotas
que brincam no céu.
Admiro o voo rasante do
albatroz no rio Elba,
e amo, sobretudo, as
tuas divinas mulheres
altas, elegantes, de
olhos verdes, azuis,
tão belas como as
deusas Diana e Afrodite.
Lágrimas em pérolas
caem dos meus olhos tristes,
porque de ti, Hamburgo,
eu morro de saudades!
Ilhéus, 05-maio-1999
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