Aracaju, 20-9-2016
Meus amigos:
Agora são 22 horas.
Estive lendo as biografias e os versos de
vários poetas.
Estou seguro de que o poeta nasce com o estigma
de sofrer.
Na primeira guerra mundial (1914-1918), tenho
notícias de que na frente de batalha morreram quatro notáveis poetas franceses.
Enviar um poeta para a guerra é uma atitude
criminosa.
A maioria dos poetas, de várias nacionalidades,
morreram na juventude.
São raras as exceções.
Victor Hugo morreu aos 85 anos. Lamartine, aos
80.
Muitos suicidaram-se, dentre eles a poetisa
grega SAPPHO, a mais sublime poetisa de todos os séculos. O mesmo sucedeu com a
poetisa portuguesa Florbela Spanca.
A lista é quase infinita.
A Revolução Francesa guilhotinou poetas, dentre
eles CHÉNIER- André- Marie de Chénier, em1794.
Acabo de ler vários dos seus poemas.
Embora já decorridos mais de dois séculos, essa
notícia me causou profunda tristeza.
Muitos poetas brasileiros morreram jovens e
infelizes.
Eu mesmo me espanto quando olho a folhinha e
constato que brevemente chegarei aos 93 anos!
A minha sobrevivência foi um milagre.
Por um triz escapei da morte algumas vezes. Engasgado, por causa de um caroço de umbu.
Duas vezes, por afogamento.
Nesses casos fui salvo pelo meu avô.
No Rio de Janeiro, por atropelamento.
Sofri quatro cirurgias.
Penso que Tântalo, - o rei da morte- desconhece
o meu endereço.
Edson Valadares.
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