Aracaju, 17-9-2016.
Excelentíssimo
discípulo
De
C. BEVILAQUA e de
TEIXEIRA
DE FREITAS, Acadêmico
JOSÉ
LIMA SANTANA
Agora são 15h.
Acabo a leitura do vosso artigo Limão Galego.
Os artigos nascidos da fértil pena de V. Exa.
me parecem inusitados.
Deduzo que a vossa memória é privilegiada. A
minha nunca foi merecedora de prêmios. Agora, quando me aproximo do pódio dos
93 anos, a memória se recusa em aceitar e guardar novas informações, como
também vai retirando do seu cabide nomes de pessoas e outros dados.
Ocorreu-me nesta tarde, dar a V. Exa.
conhecimento do meu método de escrever cartas, diário e outros textos.
Eu não penso quando escrevo.
Ao terminar as cartas que ora vos dou
conhecimento não me lembro do que escrevi. Daí, vejo-me na contingência de ler,
com atenção. Nunca altero os meus textos.
Lembro-me de que o famoso romancista francês
BALZAC confessava que costumava refazer os seus textos originais doze vezes.
O final dos seus romances nada tinha a ver com
o primeiro original.
Há poetas famosos que refaziam os seus versos
muitas vezes, como também costumavam jogar no lixo muitos dos seus poemas e
sonetos. Comigo a coisa é diferente.
Quando leio o que escrevi, seja prosa ou verso,
raramente promovo alguma correção.
Embora eu seja estudioso da gramática, costumo
embaraçar-me com as inúmeras regras da pontuação e da colocação dos pronomes.
Se cometo erros gramaticais, consolo-me com a
ojeriza de Monteiro Lobato em relação aos gramáticos.
Quando escrevo- como agora- não penso. Dentro
do cérebro há uma usina que produz as palavras e os pensamentos que no momento
preciso.
Não uso celular, computador; também ignoro a
internet. Não faço pesquisas, talvez por motivo de preguiça. A usina a que
antes me referi me fornece a literatura que preciso.
Já compus um poema com 62 versos, em poucos
minutos e sem alteração. Tudo isso me intriga.
Atenciosas saudações,
Edson Valadares
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