Aracaju, 26-8-2016
My friends:
Agora são 9h 20 de uma manhã chuvosa. O sol
brilhando sem vontade.
Estive lendo numa revista um longo artigo
condenando o trabalho infantil que, apesar da legislação, acontece em todo este
país continental.
Eu não sou contra o trabalho infantil, desde
que seja apropriado à idade da criança e não o impeça de estudar.
Eu mesmo sou um exemplo.
Ao completar cinco anos de idade, eu trabalhava
de enxada na fazenda dos meus avós, sita em pleno sertão nordestino.
Ao completar a idade de seis anos, comecei a
estudar na escola pública que havia numa vila situada a seis quilômetros da
fazenda. Eu caminhava diariamente 12 quilômetros, e enfrentava no trajeto
muitos perigos de vida.
Tanto trabalhava na parte da manhã, como de
tarde, após regressar da escola.
Aos nove anos conclui o curso primário de
quatro anos.
Estudava o nosso idioma, história do Brasil,
geografia e aritmética.
Aos dez anos, o meu pai me resgatou e fui morar
numa cidade do sul do estado.
Dois anos depois, a família mudou-se para a
capital, Aracaju, onde aos 21 anos de idade recebi diploma de curso superior.
Edson Valadares
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