Diário
2016
Setembro
8. Meu Diário:
Agora são 3h 42 de uma madrugada fria e
silenciosa.
Ouço somente o tic tac triste do relógio
pregado na parede da sala.
Acordei-me apavorado.
Tive um sonho prolongado.
Talvez tenha durado três ou quatro horas.
Pela primeira vez nesta minha existência de
quase 93 anos, assassinei um indivíduo. Ainda bem que foi em sonho. Ignoro qual
foi o motivo e qual a arma que utilizei.
O pior, é que houve uma testemunha; uma mulher,
minha conhecida e amiga. Temo que ela me denuncie.
O crime aconteceu nesta madrugada.
Sinto-me apavorado e culpado como se o crime
tivesse sido verdadeiro.
Receio que a polícia me prenda a qualquer
momento. Preciso fugir para a cidade do Rio de Janeiro e me esconder no
apartamento do meu filho, na Ilha do Governador.
Sinto-me culpado. A minha consciência acusa-me.
Ouço, agora mesmo, o latido frenético de um
cachorro.
Provavelmente ele late, sem cessar, por ter
sido testemunha do meu crime, e tenta denunciar-me às autoridades policiais.
Mais de uma vez sonhei ter sido assassinado,
porém este foi o meu primeiro crime onírico.
Com receio de voltar a dormir e o mesmo sonho
continuar, começo a ler um livro espírita que se intitula “QUANDO É PRECISO
VOLTAR”, de autoria de Zibia Gasparetto
Indiferente ao meu sofrimento, o relógio continua
no seu diapasão: tic tac, tic tac.
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