quinta-feira, 29 de setembro de 2016

DIÁRIO




                                Diário
           2016
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        Setembro
26             Meu Diário:

Agora são 2 horas da madrugada. Acabo de acordar sobressaltado.
Levanto-me repugnado.
Dois sujeitos entraram na sala da nossa casa e, aos gritos, chamaram o meu pai. Puseram no chão um caixão com o corpo de um sujeito assassinado. O sangue da vítima jorrava.
Imediatamente, desapareceram.
Na sala somente estava eu, ainda criança. Que cena horripilante! O meu pai não apareceu.
Passados alguns segundos, acordei e, ainda assustado, relato este sonho pavoroso.
Por que nasci com o estigma de sofrer pesadelos?
Desde que nasci, me aconteceram centenas de pesadelos.
Faz alguns anos que me aconteceu um pesadelo horrível, o qual está gravado na minha memória, a ferro e a fogo.
Eu havia morrido. A minha alma flutuava e via o meu cadáver. A minha mãe e os meus irmãos circundavam o caixão e choravam.
Eu gritava: Não chorem. Estou vivo.
Essa cena macabra durou alguns minutos.
De súbito, acordei apavorado, mas contente, ao constatar que estava vivo e com saúde.
As minhas duas filhas dormem.
O silêncio neste apartamento é sideral. Quebrado somente pelo tic tac, tic tac do relógio de parede, indiferente da minha agonia.
Temendo a continuação do pesadelo, evito deitar-me.
Começo a ler poemas de Chateaubriand.

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