quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Diário




                                   Diário
                                    2016
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                                Setembro

23               Meu confidente Diário.
Agora são 4 horas da manhã de uma madrugada primaveril.
Levantei-me para registrar um sonho de amor, coisa que não me acontecia desde anos passados.
Eu estava hospedado no hotel de uma cidade desconhecida.
De súbito, conheci uma loira, bela como Vênus. Vendia jovialidade e alegria. A sua voz de rouxinol.
Ela tomou a iniciativa de me abraçar e me beijar. O seu perfume era estonteante.
Jamais, no curso da minha existência, senti o que se chama felicidade.
Saímos do hotel de braços dados. Ela sorria às cataratas.
Caminhamos pelas ruas, sem destino. Vi uma sorveteria e convidei-a a tomarmos um sorvete.
A paixão foi imediata.
Solicitei-a em casamento e ela aceitou.
Ainda vejo, nitidamente, os seus olhos verdes, o seu sorriso que mostrava dentes alvos como a neve.
Conversamos muito, mas a memória não guardou os nossos diálogos.
Subitamente ela sumiu-se sem se despedir.
A minha felicidade transformou-se em tristeza e frustração.
No momento em que relato esta minha aventura onírica, sinto uma profunda saudade dela. Estou triste e
 decepcionado. Mais uma vez sou traído pelo Destino. Adeus meu amor! Talvez nos encontremos na eternidade.
                 Concluo que a felicidade é uma miragem no deserto.
                          Edson Valadares

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