quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Versos no Espelho, de Edson Valadares



Versos no Espelho, de Edson Valadares 

Com um estilo que apresenta fortes traços do Realismo, cujo visão da vida sem disfarce é a tônica, Édson Valadares, em seu livro Versos no Espelho, descortina com mestria aspectos existenciais, frequentemente ignorados, através de versos que externam um eu incompreendido, melancólico, criativo e pessoal.
O aspecto formal de sua poesia foge das raias dominantes, impositivas, parnásicas, que, por vezes, cingem o estro; não se prendem rigorosamente à metrificação, preferindo deixar o pensamento fluir em liberdade, prevalecendo-se de certas rupturas poéticas que floresceram no Romantismo para desaguar no Modernismo.
O trabalho se reflete no "Espelho", esse mesmo espelho que capta os momentos grandiosos de beleza, sublimes de carinho, e também de tristeza quando a realidade se descortina aos olhos. É como diria Cruz de Souza, no Simbolismo, em O Assinalado: "Mas essa mesma algema de amargura,/mas essa mesma Desventura extrema/faz que tu'alma suplicando gema/ e rebente em estrelas de ternura".
Sua poesia é ousada, transgride, não se cinge a fórmulas nem propõe soluções, não se submete a ditames; mas, como ele mesmo diz, seus versos nasceram da alegria e da dor para ser lidos no podium universal nos sentimentos que norteiam o ser humano através do sofrimento e do amor.
Parabéns!
                       Jequié (BA), 19 de dezembro de 2011.

Álvaro de Mello Veiga
(Professor Universitário)

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