Versos no Espelho, de Edson
Valadares
Com um estilo que
apresenta fortes traços do Realismo, cujo visão da vida sem disfarce é a
tônica, Édson Valadares, em seu livro Versos
no Espelho, descortina com mestria aspectos existenciais, frequentemente
ignorados, através de versos que externam um eu incompreendido, melancólico,
criativo e pessoal.
O aspecto formal de
sua poesia foge das raias dominantes, impositivas, parnásicas, que, por vezes,
cingem o estro; não se prendem rigorosamente à metrificação, preferindo deixar
o pensamento fluir em liberdade, prevalecendo-se de certas rupturas poéticas
que floresceram no Romantismo para desaguar no Modernismo.
O trabalho se
reflete no "Espelho", esse mesmo espelho que capta os momentos
grandiosos de beleza, sublimes de carinho, e também de tristeza quando a
realidade se descortina aos olhos. É como diria Cruz de Souza, no Simbolismo,
em O Assinalado: "Mas essa mesma algema de amargura,/mas essa mesma
Desventura extrema/faz que tu'alma suplicando gema/ e rebente em estrelas de
ternura".
Sua poesia é ousada,
transgride, não se cinge a fórmulas nem propõe soluções, não se submete a
ditames; mas, como ele mesmo diz, seus versos nasceram da alegria e da dor para
ser lidos no podium universal nos
sentimentos que norteiam o ser humano através do sofrimento e do amor.
Parabéns!
Jequié (BA), 19 de dezembro de 2011.
Álvaro de
Mello Veiga
(Professor
Universitário)
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