quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A MAÇARANDUBA

A MAÇARANDUBA

No pé da serra da fazenda
onde nasci e cresci, havia
uma frondosa maçaranduba
que me dava frutos saborosos, e,
nos dias quentes de verão,
em seus galhos, eu
armava a minha rede
enfeitada com penas de pavão.
Nessa rede, embalada pela
brisa, eu dormia e sonhava
com o meu futuro naquela
vastidão inóspita cercada
por montanhas. Nas noites
de luar ouvia-se o canto
agourento das corujas, que me
causava arrepios de medo.
Os anos passavam rápidos...
A minha querida maçaranduba
envelhecia. As folhas, amareladas,
caiam. Não mais nasciam flores,
e não mais havia sombras...
Num certo dia, o gume de um
machado implacável cortou
a minha companheira, que
morreu e foi queimada no
fogão da minha avó.
 Dos meus olhos, vertiam tristes
lágrimas de dor e de saudade.
Ainda hoje, passados tantos
anos, me entristeço quando
penso nos dias felizes da
minha infância vivida no
sertão nordestino.
Um tempo que não volta mais...
Aracaju, 12 de fevereiro de 2014.

Edson Valadares

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caros leitores deste blog:

  Aracaju, 15 de setembro de 2020.      Caros leitores deste blog:      Com o apoio de vocês, este meu blog recebe acessos de qu...