A
MAÇARANDUBA
No pé da serra da
fazenda
onde nasci e
cresci, havia
uma frondosa
maçaranduba
que me dava frutos
saborosos, e,
nos dias quentes
de verão,
em seus galhos, eu
armava a minha
rede
enfeitada com
penas de pavão.
Nessa rede,
embalada pela
brisa, eu dormia e
sonhava
com o meu futuro
naquela
vastidão inóspita
cercada
por montanhas. Nas
noites
de luar ouvia-se o
canto
agourento das
corujas, que me
causava arrepios
de medo.
Os anos passavam
rápidos...
A minha querida
maçaranduba
envelhecia. As
folhas, amareladas,
caiam. Não mais
nasciam flores,
e não mais havia
sombras...
Num certo dia, o gume
de um
machado implacável
cortou
a minha
companheira, que
morreu e foi
queimada no
fogão da minha
avó.
Dos meus olhos, vertiam tristes
lágrimas de dor e
de saudade.
Ainda hoje,
passados tantos
anos, me
entristeço quando
penso nos dias
felizes da
minha infância
vivida no
sertão nordestino.
Um tempo que não
volta mais...
Aracaju,
12 de fevereiro de 2014.
Edson
Valadares
Nenhum comentário:
Postar um comentário