Aracaju, 3-9-2017.
Excelentíssima
professora
TÂNIA MARIA DA
CONCEIÇÃO
MENEZES SILVA.
O
seu sumiço das sessões da ASL, bem como o seu silêncio, me faz supor que V.
Exa. se acha fatigada de ouvir ou presenciar tolices literárias ou não.
Portanto,
é com receio que ouso retirar a caneta do estojo e importuná-la com assuntos
triviais.
Com
a frequente morte de acadêmicos, a ASL se renova e cresce o número de novas
caras e de convidados.
Eu
sou sempre grato às pessoas que me ajudam, como é o caso de V. Exa. ao propor a
mim e a Deise, a disputa pelo Prêmio Nobel.
No
ano corrente concorri com apenas dois livros: “CONTOS do SERTÃO”, e o “DIÁRIO
de UM POETA”, porém nos anos seguintes concorrerei com outros mais, até
concorrer com os 14 livros (9.500 páginas). No caso em que TÂNTALO, o deus da
morte me permita.
Acabo
de ler, novamente, os livros E O VENTO LEVOU e MADAME BOVARY.
Embora
sabendo que criticar FLAUBERT é uma cara ousadia, remeti carta para a editora
espinafando esse romancista francês.
Não invejo a sua fama de “escritor que
procurava a palavra exata”.
Ademais, Flaubert consumiu dez anos para
escrever o romance SALAMBÔ.
Entrementes, ao escrever em prosa ou verso,
não me torturo à procura da palavra exata.
Escrevo ao correr da pena, como José de
Alencar, isto porque somente uso a caneta quando sinto no meu “eu”, o calor da inspiração.
As palavras vão fluindo com a
naturalidade da água que jorra de uma fonte.
Posso errar no emprego dos pronomes ou da
pontuação, porém a gramática não me importa, observando a opinião de Monteiro
Lobato, que assim exclamava: “gramáticos não escrevem livros”.
Entendo que a clareza, quer na poesia ou na
prosa, é mais importante do que a gramática.
Os poemas de Sappho, a maior poetisa da Grécia
e do mundo, são claros como a luz do sol ao meio-dia.
Eu estudo a gramática de quatro idiomas, porém
sou traído pela memória, que não mais tem cabides livres para guardar palavras.
O meu bom senso recomenda por um ponto final
nesta epístola.
Saudações,
Edson Valadares
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