quarta-feira, 6 de setembro de 2017

TÂNIA MARIA



Aracaju, 3-9-2017.


Excelentíssima professora
TÂNIA MARIA DA CONCEIÇÃO
MENEZES SILVA.



O seu sumiço das sessões da ASL, bem como o seu silêncio, me faz supor que V. Exa. se acha fatigada de ouvir ou presenciar tolices literárias ou não.
Portanto, é com receio que ouso retirar a caneta do estojo e importuná-la com assuntos triviais.
Com a frequente morte de acadêmicos, a ASL se renova e cresce o número de novas caras e de convidados.
Eu sou sempre grato às pessoas que me ajudam, como é o caso de V. Exa. ao propor a mim e a Deise, a disputa pelo Prêmio Nobel.
No ano corrente concorri com apenas dois livros: “CONTOS do SERTÃO”, e o “DIÁRIO de UM POETA”, porém nos anos seguintes concorrerei com outros mais, até concorrer com os 14 livros (9.500 páginas). No caso em que TÂNTALO, o deus da morte me permita.
Acabo de ler, novamente, os livros E O VENTO LEVOU e MADAME BOVARY.
Embora sabendo que criticar FLAUBERT é uma cara ousadia, remeti carta para a editora espinafando esse romancista francês.
 Não invejo a sua fama de “escritor que procurava a palavra exata”.
 Ademais, Flaubert consumiu dez anos para escrever o romance SALAMBÔ.
 Entrementes, ao escrever em prosa ou verso, não me torturo à procura da palavra exata.
 Escrevo ao correr da pena, como José de Alencar, isto porque somente uso a caneta quando sinto no meu “eu”, o calor da inspiração.  As palavras vão fluindo com a naturalidade da água que jorra de uma fonte.
 Posso errar no emprego dos pronomes ou da pontuação, porém a gramática não me importa, observando a opinião de Monteiro Lobato, que assim exclamava: “gramáticos não escrevem livros”.
 Entendo que a clareza, quer na poesia ou na prosa, é mais importante do que a gramática.
 Os poemas de Sappho, a maior poetisa da Grécia e do mundo, são claros como a luz do sol ao meio-dia.
 Eu estudo a gramática de quatro idiomas, porém sou traído pela memória, que não mais tem cabides livres para guardar palavras.
 O meu bom senso recomenda por um ponto final nesta epístola.
 Saudações,


               Edson Valadares

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