Aracaju,
14 de dezembro de 2015.
A
aqueles que me honram ao acessar este Blog e tomar conhecimento das palavras
que jorram do meu estro, ofereço este poema pastoril, numa imitação a Virgílio,
o maior poeta latino de todos os tempos.
Poema Pastoril
A poesia pastoril,
de fama no passado,
morreu, vagarosamente,
ao escoar lento dos
séculos.
No modernismo
deste tempo
é uma tentativa
difícil, de
ressuscitá-la.
É um trabalho
do deus Hércules,
e um grande desafio
à inspiração do poeta.
No despertar do século
XX,
eu nasci na fazenda
Buril,
numa casinha branca
situada ao pé de
uma montanha arborizada
onde a lenda dizia
que havia em suas
entranhas uma mina de
ouro.
A fazenda tinha um
prado
atapetado de flores do
campo,
de muitas cores,
no sopé da montanha
nascia uma bela fonte
de águas cantantes.
Ao nascer do Sol,
milhares de passarinhos
gorjeavam saudando
o rei Universo.
Acorda também o
campônio
após tomar o seu café.
Na manhã radiante,
ele se apossa da
charrua
e vai ao campo arar a
terra
molhada pelas recentes
chuvas do início do
inverno.
Depois ele enterra as
sementes.
Em breve o campo verde,
anunciando boa safra
e bons lucros, ele
sorri
e se sente feliz.
À noite, cansado,
o campônio dorme
como um deus.
Ao morrer a madrugada,
o canto estridente do
galo
o desperta.
A rotina recomeça,
e assim os anos
passando vão vagarosos.
E o homem envelhece
e morre sem compreender
por que viveu e morreu.
Edson Valadares
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