Aracaju,
16 de dezembro de 2015.
Ao
BANCO ITAÚ – São Paulo
A
atenção da Diretoria.
Senhores:
A razão desta carta não diz respeito a mim
mesmo.
Desejo apenas protestar contra o tratamento
injusto que o Banco Itaú dispensa aos seus gerentes.
Em verdade, o gerente desse Banco, pelo menos
nesta capital, não passa de um “office-boy” que carrega o pomposo título de
gerente.
Na década de 1950, no Rio de Janeiro, eu fui
Contador-geral do Banco Lino Pimentel, aos 27 anos de idade.
Passados três anos, migrei para o Banco
Mercantil de São Paulo.
Naquela época, os gerentes tinham “status”.
Limitavam-se a conversar com os clientes importantes e a visitar clientes
externos.
Havia o Setor de Descontos que providenciava a
efetivação das operações bancárias.
Os dias passando vão... (OVÍDEO).
Quando vou a minha agencia no Banco Itaú,
observo coisas incompatíveis com a função de gerente.
Eu estou impedido de ingressar no banco pela
porta eletrônica.
Até recentemente, o guarda solicitava a chave
da porta à gerencia e abria a porta especial.
Agora, cabe ao gerente levantar-se e ele
próprio deve abrir a porta. Assim, o gerente do Itaú é “office-boy” e porteiro.
Outro assunto.
Como eu não sei, nem quero aprender, o uso dos
caixas-eletrônicos, solicito ao gerente o extrato da minha conta.
A máquina que fornece o extrato ou outros
documentos dos clientes fica distante.
Ele se levanta várias vezes durante o
expediente para ir buscar o documento.
Ao final do dia, caminhou alguns quilômetros
dentro do banco.
Acho que deveria haver um equipamento na área
dos gerentes e um outro na área dos funcionários.
Como Contador da PETROBRAS, estudei a Ciência
da Organização no Brasil e em Nova York.
Sou inimigo da burocracia e de quaisquer
agressões a essa ciência.
Espero que essa Diretoria dê atenção a estas
minhas considerações e ofereça aos seus gerentes o “status” que eles merecem.
Atenciosamente,
Edson Almeida Valadares
(Contador, ex-bancário,
poeta,
escritor. Candidato ao
Prêmio Nobel de
Literatura
de 2016, aos 92 anos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário