quarta-feira, 23 de setembro de 2015

TRADUÇÃO: O CORVO.



Aracaju, 20 de setembro de 2015.


Meus caros leitores:


O poema O CORVO, de autoria do poeta norte-americano E. A. Poe, se acha entre os mais famosos da literatura poética.
Segundo a crítica, coube ao poeta francês CHARLES BAUDELAIRE efetuar a sua mais fiel tradução.
É de Machado de Assis a pior tradução, do meu conhecimento.
O poema original tem estrofes com oito versos cada uma.
O bruxo do Cosme Velho aumentou as estrofes para dez versos.
Das dez traduções publicadas num opúsculo, a pior é a de Machado de Assis, que conseguiu mutilar o famoso poema de POE.
Dois competentes críticos literários da Bahia opinaram que a minha tradução tem o mesmo nível da de BAUDELAIRE.
Para submeter-me ao julgamento dos meus leitores, faço divulgá-la na internet.

Boa leitura.


Edson Valadares
(poeta)


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CORVO


Voltei para o quarto, a alma queimando Dentro de mim. Logo depois ouvi uma Batida mais forte do que antes. “Seguramente”, eu disse, seguramente há Algo na treliça de minha janela. Deixe-me Ver, então, que ameaça é e investigue este

Mistério – Que meu coração aquiete-se um momento, e investigue este mistério – É o vento e nada mais. Neste momento, fechei a persiana, quando com um safanão e excitação, ali pousava um Corvo majestoso dos santos dias do passado. Ele

Não fez a menor vênia; nem num minuto moveu-se, mas, com aspecto de Lorde ou senhora, empoleirado acima da porta do meu quarto, empoleirado sobre o busto da Palas logo acima da porta do meu quarto – Empoleirado, e sentado, e nada mais.

Ao ouvir diálogo tão claro, muito me admirou esta deselegante ave, embora pouco compreensiva sua resposta – pequeno diálogo surgiu; porque não podemos conceber que nenhum ser humano tenha sido afortunado ao ver um

Pássaro acima da janela do seu quarto – Pássaro ou animal sobre o busto esculpido acima da janela do seu quarto, com tal nome como “Nunca mais”. Mas o Corvo, sentado sozinho naquele busto, falou apenas aquela única palavra, como se sua

Alma naquela única palavra dita de um jato. Nada mais então ele emitiu; nem um penha ele agitou – Então eu apenas murmurei: “outros amigos voariam antes – No dia seguinte, ele me deixaria e minha esperanças voariam antes. Então o

Pássaro disse: “Nunca mais”. Profeta, eu disse, Coisa do mal” – profeta ainda, se ave ou demônio! Por aquele céu suspenso sobre nós – por aquele Deus que ambos adoramos – Diga a esta alma triste se, no distante além, eu deva cumprimentar uma

Virgem santa que os anjos chamam de Leonora cumprimentar uma donzela rara e radiante que os anjos chamam de Leonora
Disse o Corvo, “Nunca mais”. “seja aquela palavra nosso sinal de Partida, ave ou demônio!” Gritei arrogante

“Volte para a tempestade e a praia noturna de Plutão” não deixe nenhuma pluma preta como lembrança daquela mentira que a tua alma falou: Deixe minha solidão intacta” – deixe o busto acima da janela”
Retire teu bico para fora do meu coração,

E retire tua figura de minha porta, disse o Corvo, “Nunca mais”. E o Corvo, sem adejar, ainda está sentado, ainda está sentado sobre o busto pálido de Palas logo acima da janela do meu quarto;
E seus olhos têm toda a aparência de um

Demônio que sonha e a luz da lâmpada escoando sobre ele reflete sua sombra no piso; E minh’alma sai daquela sombra que mente flutuante no piso. Desse ver suspensa – nunca mais”


Ilhéus, 6-10-2001.



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