Aracaju,
20 de setembro de 2015.
Meus
caros leitores:
O poema O CORVO, de autoria do poeta
norte-americano E. A. Poe, se acha entre os mais famosos da literatura poética.
Segundo a crítica, coube ao poeta francês
CHARLES BAUDELAIRE efetuar a sua mais fiel tradução.
É de Machado de Assis a pior tradução, do meu
conhecimento.
O poema original tem estrofes com oito versos
cada uma.
O bruxo do Cosme Velho aumentou as estrofes
para dez versos.
Das dez traduções publicadas num opúsculo, a
pior é a de Machado de Assis, que conseguiu mutilar o famoso poema de POE.
Dois competentes críticos literários da Bahia
opinaram que a minha tradução tem o mesmo nível da de BAUDELAIRE.
Para submeter-me ao julgamento dos meus
leitores, faço divulgá-la na internet.
Boa leitura.
Edson Valadares
(poeta)
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CORVO
Voltei para o quarto, a alma queimando Dentro de mim. Logo
depois ouvi uma Batida mais forte do que antes. “Seguramente”, eu disse,
seguramente há Algo na treliça de minha janela. Deixe-me Ver, então, que ameaça
é e investigue este
Mistério – Que meu coração aquiete-se um momento, e
investigue este mistério – É o vento e nada mais. Neste momento, fechei a
persiana, quando com um safanão e excitação, ali pousava um Corvo majestoso dos
santos dias do passado. Ele
Não fez a menor vênia; nem num minuto moveu-se, mas,
com aspecto de Lorde ou senhora, empoleirado acima da porta do meu quarto, empoleirado
sobre o busto da Palas logo acima da porta do meu quarto – Empoleirado, e
sentado, e nada mais.
Ao ouvir diálogo tão claro, muito me admirou esta deselegante
ave, embora pouco compreensiva sua resposta – pequeno diálogo surgiu; porque
não podemos conceber que nenhum ser humano tenha sido afortunado ao ver um
Pássaro acima da janela do seu quarto – Pássaro ou
animal sobre o busto esculpido acima da janela do seu quarto, com tal nome como
“Nunca mais”. Mas o Corvo, sentado sozinho naquele busto, falou apenas aquela
única palavra, como se sua
Alma naquela única palavra dita de um jato. Nada mais
então ele emitiu; nem um penha ele agitou – Então eu apenas murmurei: “outros
amigos voariam antes – No dia seguinte, ele me deixaria e minha esperanças
voariam antes. Então o
Pássaro disse: “Nunca mais”. Profeta, eu disse, Coisa
do mal” – profeta ainda, se ave ou demônio! Por aquele céu suspenso sobre nós –
por aquele Deus que ambos adoramos – Diga a esta alma triste se, no distante
além, eu deva cumprimentar uma
Virgem santa que os anjos chamam de Leonora cumprimentar
uma donzela rara e radiante que os anjos chamam de Leonora
Disse o Corvo, “Nunca mais”. “seja aquela palavra
nosso sinal de Partida, ave ou demônio!” Gritei arrogante
“Volte para a tempestade e a praia noturna de Plutão”
não deixe nenhuma pluma preta como lembrança daquela mentira que a tua alma
falou: Deixe minha solidão intacta” – deixe o busto acima da janela”
Retire teu bico para fora do meu coração,
E retire tua figura de minha porta, disse o Corvo,
“Nunca mais”. E o Corvo, sem adejar, ainda está sentado, ainda está sentado sobre
o busto pálido de Palas logo acima da janela do meu quarto;
E seus olhos têm toda a aparência de um
Demônio que sonha e a luz da lâmpada escoando sobre
ele reflete sua sombra no piso; E minh’alma sai daquela sombra que mente
flutuante no piso. Desse ver suspensa – nunca mais”
Ilhéus, 6-10-2001.
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