quinta-feira, 10 de setembro de 2015

PETROBRAS, ALDEMIR BENDINE



Aracaju, 8 de setembro de 2015.


Excelentíssimo Senhor Presidente
Da PETROBRAS, ALDEMIR BENDINE
Rio de Janeiro


Excelência:

Num concurso para Contador realizado pela PETROBRAS em 1956, eu fui aprovado em primeiro lugar.
Admitido em 1957, como prêmio, fui nomeado para o cargo de Contador Seccional da unidade SRAZ, com sede em Belém.
Decorridos três anos, fui nomeado para a Unidade RPBA, com sede em Salvador. Na época a maior e a mais importante unidade da PETROBRAS em todo s o país, tanto que seu efetivo era de 12.000 empregados.
Eu comandava 200 funcionários, a maioria deles Contadores.
Em 1968 regressei à Matriz, no Rio de Janeiro. Assumi o cargo de Assistente do Superintendente do então Serviço Financeiro.
Em 1957, a PETROBRAS era uma criança que começava a caminhar.
Do Conselho Nacional do Petróleo (CNP) recebeu a herança da Contabilidade Pública em que até uma xícara, um pires, uma colherinha, um copo, etc. eram contabilizados como bem patrimonial.
Coube a mim, com o apoio do Contador Geral, expurgar da Contabilidade da empresa PETROBRAS o acervo recebido do CNP que não fosse um bem patrimonial.
Com a experiência de ter sido Contador-geral de um banco da cidade do Rio de Janeiro, como estudioso das Ciências da Administração e da Organização e me incluir entre os mais competentes Contadores do Brasil, eu muito contribuí para a organização da PETROBRAS.
Durante 20 anos exerci, ininterruptamente, cargo de confiança e as minhas notas de avaliação sempre mereceram a nota máxima: dez.
Na Matriz, participei de importantes grupos de trabalho que estudaram e recomendaram a criação da PETROQUISA, da BR, e outros.
Excelência:
Este preâmbulo tem a finalidade de demonstrar que eu tenho competência para opinar e criticar a respeito do que está acontecendo com a imagem da PETROBRAS.
Estou muito triste pelo motivo de que a mídia burra e desinformada, em seus noticiários, afirma: roubaram os cofres da PETROBRAS, assaltaram a PETROBRAS, a corrupção da PETROBRAS, etc.
Ora, a PETROBRAS não é responsável pela corrupção que aconteceu fora dos seus muros.
Os responsáveis foram alguns diretores e gerentes que aceitaram ou exigiram propinas dos corruptores.
Assim como a Justiça exige provas documentais, a Contabilidade exige documentos para efetuar os lançamentos.
E como o pagamento de propina não tem documentos, a sua contabilização infringe as leis da Ciência Contábil.
As obras da PETROBRAS foram realizadas por empresas que venceram as concorrências,
Se houve superfaturamentos não computados pela PETROBRAS, o seu montante, por falta de parâmetros, jamais se saberá.
A contabilização de fatos contábeis com base em depoimentos verbais representa um insulto à Ciência Contábil.
Do que antes foi exposto, senhor Presidente, eu me sinto muito triste, principalmente porque a diretoria da PETROBRAS silencia e quem se cala consente, sentenciava o meu avô (Filósofo do Sertão).
A mídia, em seus noticiários sensacionalistas, dá a entender ao povo brasileiro que a PETROBRAS é “a casa da mãe Joana”, uma empresa desorganizada, onde os políticos e outros agentes, metem as mãos no seu dinheiro com grande facilidade.
Ora, a PETROBRAS é, seguramente, uma das empresas mais bem organizadas do mundo, orgulho desta nação.
Respeitosamente,

Edson Valadares
(Contador da PETROBRAS, aposentado. Poeta e
escritor. Candidato ao Prêmio Nobel)

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