Aracaju,
8 de setembro de 2015.
Excelentíssimo
Senhor Presidente
Da
PETROBRAS, ALDEMIR BENDINE
Rio
de Janeiro
Excelência:
Num concurso para Contador realizado pela
PETROBRAS em 1956, eu fui aprovado em primeiro lugar.
Admitido em 1957, como prêmio, fui nomeado para
o cargo de Contador Seccional da unidade SRAZ, com sede em Belém.
Decorridos três anos, fui nomeado para a
Unidade RPBA, com sede em Salvador. Na época a maior e a mais importante
unidade da PETROBRAS em todo s o país, tanto que seu efetivo era de 12.000
empregados.
Eu comandava 200 funcionários, a maioria deles
Contadores.
Em 1968 regressei à Matriz, no Rio de Janeiro.
Assumi o cargo de Assistente do Superintendente do então Serviço Financeiro.
Em 1957, a PETROBRAS era uma criança que
começava a caminhar.
Do Conselho Nacional do Petróleo (CNP) recebeu
a herança da Contabilidade Pública em que até uma xícara, um pires, uma
colherinha, um copo, etc. eram contabilizados como bem patrimonial.
Coube a mim, com o apoio do Contador Geral,
expurgar da Contabilidade da empresa PETROBRAS o acervo recebido do CNP que não
fosse um bem patrimonial.
Com a experiência de ter sido Contador-geral de
um banco da cidade do Rio de Janeiro, como estudioso das Ciências da
Administração e da Organização e me incluir entre os mais competentes
Contadores do Brasil, eu muito contribuí para a organização da PETROBRAS.
Durante 20 anos exerci, ininterruptamente,
cargo de confiança e as minhas notas de avaliação sempre mereceram a nota
máxima: dez.
Na Matriz, participei de importantes grupos de
trabalho que estudaram e recomendaram a criação da PETROQUISA, da BR, e outros.
Excelência:
Este preâmbulo tem a finalidade de demonstrar que
eu tenho competência para opinar e criticar a respeito do que está acontecendo
com a imagem da PETROBRAS.
Estou muito triste pelo motivo de que a mídia
burra e desinformada, em seus noticiários, afirma: roubaram os cofres da
PETROBRAS, assaltaram a PETROBRAS, a corrupção da PETROBRAS, etc.
Ora, a PETROBRAS não é responsável pela
corrupção que aconteceu fora dos seus muros.
Os responsáveis foram alguns diretores e
gerentes que aceitaram ou exigiram propinas dos corruptores.
Assim como a Justiça exige provas documentais,
a Contabilidade exige documentos para efetuar os lançamentos.
E como o pagamento de propina não tem
documentos, a sua contabilização infringe as leis da Ciência Contábil.
As obras da PETROBRAS foram realizadas por
empresas que venceram as concorrências,
Se houve superfaturamentos não computados pela
PETROBRAS, o seu montante, por falta de parâmetros, jamais se saberá.
A contabilização de fatos contábeis com base em
depoimentos verbais representa um insulto à Ciência Contábil.
Do que antes foi exposto, senhor Presidente, eu
me sinto muito triste, principalmente porque a diretoria da PETROBRAS silencia
e quem se cala consente, sentenciava o meu avô (Filósofo do Sertão).
A mídia, em seus noticiários sensacionalistas,
dá a entender ao povo brasileiro que a PETROBRAS é “a casa da mãe Joana”, uma
empresa desorganizada, onde os políticos e outros agentes, metem as mãos no seu
dinheiro com grande facilidade.
Ora, a PETROBRAS é, seguramente, uma das
empresas mais bem organizadas do mundo, orgulho desta nação.
Respeitosamente,
Edson Valadares
(Contador da PETROBRAS,
aposentado. Poeta e
escritor. Candidato ao Prêmio
Nobel)
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