Aracaju, 21 de agosto
de 2019.
Revista VEJA
Diretor
de Redação
Ref. Trabalho infantil
O trabalho infantil jamais acabou, e nunca
acabará, principalmente no interior do país.
A criança pode trabalhar e estudar.
Cito o meu exemplo.
Aos cinco anos de
idade eu trabalhava de enxada na
fazenda do meu avô, sita no sertão de Sergipe.
Aos seis anos, caminhava diariamente doze
quilômetros para estudar o curso primário na escola pública sita num povoado;
concluído aos 9 anos.
Aos 12 anos de idade morava na capital do
Estado, Aracaju. Nos três primeiros meses conclui o curso de datilografia que
era de um ano, e já era o datilógrafo mais rápido do Brasil.
Aos 12 anos a minha mãe empregou-me num
cartório, onde permaneci um ano.
Datilografava volumosas escrituras, e jamais
cometi um erro.
O dono do cartório me pagava apenas dez mil
reis.
Num certo dia, um famoso advogado entrou no
cartório, me viu datilografando com a rapidez do relâmpago, aproximou-se de mim,
e disse: Quer trabalhar comigo? Pago cem mil reis.
No dia seguinte, a minha cadeira no cartório
estava vazia.
A partir dos doze anos eu já tinha
independência financeira.
Ela dava-me somente casa e comida.
Aos 21 anos de idade recebi o diploma de Contador.
Aos 26 anos um avião da VARIG levou-me para a
cidade do Rio de Janeiro, onde morei durante 50 anos.
Aposentado, dediquei-me à literatura (prosa e
verso).
Estou candidato ao Prêmio Nobel de Literatura
de 2018 e de 2019.
Edson Almeida Valadares
(96 anos).
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