sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Diário


                                  DIÁRIO
                                    2019
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                  Agosto


6.               Meu Diário:
No momento em que começo, aos 96 anos de idade, a dar os primeiros passos em direção à cova de um cemitério, surgem-me algumas visagens que me causam intrigas aos meus sentimentos filosóficos que negam a existência da alma.
 Numa recente madrugada já relatada neste Diário, entrou no meu quarto uma mulher terrivelmente esquisita, a qual atravessou duas vezes a porta que se achava fechada.
 Assim que eu perguntei: quem é você? ela retirou-se e desapareceu.
 Ao lado da minha cama há um CD player no qual ouço músicas - geralmente clássicas.
 Começo a dormir antes de tocar a última música.
 Acontece que, vez por outra, quando a Aurora apaga as suas lâmpadas coloridas, o CD liga por si mesmo, o que me causa espanto.
 Ponho-me a pensar: Será que algum ente, vindo do céu ou do inferno, pretende me provar que existe alma?
 Lembro-me que na minha infância eu via ou escutava fantasmas no casarão mal-assombrado da fazenda dos meus avós, na qual vivi durante dez anos.
 Esse casarão foi derrubado pelo novo proprietário, que construiu outro a dois quilômetros de distância.


                 Edson Valadares.

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