DIÁRIO
2019
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Agosto
6.
Meu Diário:
No momento em que começo, aos 96 anos de idade, a dar
os primeiros passos em direção à cova de um cemitério, surgem-me algumas
visagens que me causam intrigas aos meus sentimentos filosóficos que negam a
existência da alma.
Numa recente
madrugada já relatada neste Diário, entrou no meu quarto uma mulher
terrivelmente esquisita, a qual atravessou duas vezes a porta que se achava
fechada.
Assim que eu
perguntei: quem é você? ela retirou-se e desapareceu.
Ao lado da
minha cama há um CD player no qual ouço músicas - geralmente clássicas.
Começo a dormir
antes de tocar a última música.
Acontece que,
vez por outra, quando a Aurora apaga as suas lâmpadas coloridas, o CD liga por
si mesmo, o que me causa espanto.
Ponho-me a
pensar: Será que algum ente, vindo do céu ou do inferno, pretende me provar que
existe alma?
Lembro-me que
na minha infância eu via ou escutava fantasmas no casarão mal-assombrado da fazenda
dos meus avós, na qual vivi durante dez anos.
Esse casarão
foi derrubado pelo novo proprietário, que construiu outro a dois quilômetros de
distância.
Edson Valadares.
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