segunda-feira, 8 de maio de 2017

Meus prezados leitores:



Aracaju, 17-04-2017.


             Meus prezados leitores:


 Em janeiro de 1977 aposentei-me como Contador da Petrobras.
 Passados três meses, fui admitido como Auditor na COBEC, “Trading-Company” do Banco do Brasil.
 Na década de 1980, em missão de auditoria contábil, trabalhei na França, na Alemanha, nos Estados Unidos (duas vezes), no Canadá e no Panamá.
 Num certo dia, o presidente da COBEC me chamou ao seu gabinete e transmitiu-me uma notícia extraordinária.
 Viajar para a cidade de Hamburgo (Alemanha) a fim de auditar a filial.
 Parti um mês depois, após estudar a história da Alemanha e a sua geografia.
 Como todos os alemães conhecem o idioma inglês, eu não precisava me preocupar com a língua de Goethe.
 Mesmo assim, eu aprendi 50 palavras e frases necessárias, tais como: Por favor, você fala inglês? etc.
 Eu sabia que Hamburgo tinha, nessa ocasião, três milhões de habitantes.
 Sabia, também, que a cidade havia sido totalmente destruída na Segunda Guerra Mundial.
 Daí que ao chegar lá, tive uma grande surpresa.
 A cidade havia sido reconstruída. Como lembrança da Guerra havia somente uma alta torre de uma igreja destruída pelas bombas lançadas pelos ingleses.
 Amei Hamburgo, muito mais do que Paris.
O metrô tinha 5 linhas.
 Não havia gente pobre, miserável.
 O trânsito de veículos, silencioso. Não vi favelas.
 Não havia edifícios. Os edifícios de apartamentos eram de 4 andares e separados. Em frente de cada edifício as flores de um jardim sorriam.
 O rio Elba me encantou.
 Dezenas de albatrozes voavam sobre as águas, fazendo barulho com as suas fortes azas.
 A cada cinco minutos um navio entrava ou saia do porto, que é o segundo maior da Europa.
 O primeiro é o da Holanda!
 A contabilidade alemã causou-me admiração. Aprendi que os estornos de lançamentos eram feitos na própria conta, diferentemente da contabilidade francesa.
 De Hamburgo voei para a cidade de Toronto, Canadá.
Em homenagem a Hamburgo, compus o poema: “Saudades de Hamburgo” o qual divulgo neste blog.
 Grato pela atenção, subscrevo-me.



            Edson Valadares



SAUDADES DE HAMBURGO


Hamburgo! Hamburgo! Adeus, adeus.
As saudades de ti dilaceram meu coração
e se agravam por saber que jamais te reverei,
pois da Morte já ouço o som dos clarins
anunciando minha viagem em direção ao Estige.
És do Universo uma das cidades mais lindas!
As tuas ruas límpidas como as aguas do mar;
as praças perfumadas pelas flores dos jardins.
Os serenos lagos congelados no inverno,
onde crianças de roupas coloridas patinam.
Os parques onde sorriem árvores verdejantes,
e os passarinhos em algazarra tecem ninhos.
À noite os astros te beijam com seus raios.
Oh! Hamburgo! eu te amo, te amo como
o infeliz Romeu amou a desditosa Julieta!
Amo a neve que chove compondo poesia.
Amo as torres de tuas igrejas beijando as nuvens;
amo as brancas gaivotas que brincam no céu.
Admiro o voo rasante do albatroz no rio Elba,
e amo, sobretudo, as tuas divinas mulheres,
altas, elegantes, de olhos verdes, azuis,
tão belas como as deusas Diana e Afrodite.
Lágrimas em pérolas caem dos meus olhos tristes,
porque de ti, Hamburgo, eu morro de saudades!


Ilhéus, 05-maio-1999



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