Aracaju, 17-04-2017.
Meus prezados leitores:
Em janeiro de 1977 aposentei-me como Contador
da Petrobras.
Passados três meses, fui admitido como Auditor
na COBEC, “Trading-Company” do Banco do Brasil.
Na década de 1980, em missão de auditoria
contábil, trabalhei na França, na Alemanha, nos Estados Unidos (duas vezes), no
Canadá e no Panamá.
Num certo dia, o presidente da COBEC me chamou
ao seu gabinete e transmitiu-me uma notícia extraordinária.
Viajar para a cidade de Hamburgo (Alemanha) a
fim de auditar a filial.
Parti um mês depois, após estudar a história
da Alemanha e a sua geografia.
Como todos os alemães conhecem o idioma inglês,
eu não precisava me preocupar com a língua de Goethe.
Mesmo assim, eu aprendi 50 palavras e frases
necessárias, tais como: Por favor, você fala inglês? etc.
Eu sabia que Hamburgo tinha, nessa ocasião,
três milhões de habitantes.
Sabia, também, que a cidade havia sido
totalmente destruída na Segunda Guerra Mundial.
Daí que ao chegar lá, tive uma grande surpresa.
A cidade havia sido reconstruída. Como
lembrança da Guerra havia somente uma alta torre de uma igreja destruída pelas
bombas lançadas pelos ingleses.
Amei Hamburgo, muito mais do que Paris.
O metrô tinha 5 linhas.
Não havia gente pobre, miserável.
O trânsito de veículos, silencioso. Não vi
favelas.
Não havia edifícios. Os edifícios de
apartamentos eram de 4 andares e separados. Em frente de cada edifício as
flores de um jardim sorriam.
O rio Elba me encantou.
Dezenas de albatrozes voavam sobre as águas,
fazendo barulho com as suas fortes azas.
A cada cinco minutos um navio entrava ou saia
do porto, que é o segundo maior da Europa.
O primeiro é o da Holanda!
A contabilidade alemã causou-me admiração. Aprendi
que os estornos de lançamentos eram feitos na própria conta, diferentemente da
contabilidade francesa.
De Hamburgo voei para a cidade de Toronto, Canadá.
Em homenagem a
Hamburgo, compus o poema: “Saudades de Hamburgo” o qual divulgo neste blog.
Grato pela atenção, subscrevo-me.
Edson Valadares
SAUDADES DE HAMBURGO
Hamburgo! Hamburgo!
Adeus, adeus.
As saudades de ti
dilaceram meu coração
e se agravam por saber
que jamais te reverei,
pois da Morte já ouço o
som dos clarins
anunciando minha viagem
em direção ao Estige.
És do Universo uma das cidades
mais lindas!
As tuas ruas límpidas
como as aguas do mar;
as praças perfumadas
pelas flores dos jardins.
Os serenos lagos
congelados no inverno,
onde crianças de roupas
coloridas patinam.
Os parques onde sorriem
árvores verdejantes,
e os passarinhos em
algazarra tecem ninhos.
À noite os astros te
beijam com seus raios.
Oh! Hamburgo! eu te
amo, te amo como
o infeliz Romeu amou a
desditosa Julieta!
Amo a neve que chove
compondo poesia.
Amo as torres de tuas
igrejas beijando as nuvens;
amo as brancas gaivotas
que brincam no céu.
Admiro o voo rasante do
albatroz no rio Elba,
e amo, sobretudo, as
tuas divinas mulheres,
altas, elegantes, de
olhos verdes, azuis,
tão belas como as
deusas Diana e Afrodite.
Lágrimas em pérolas
caem dos meus olhos tristes,
porque de ti, Hamburgo,
eu morro de saudades!
Ilhéus, 05-maio-1999
Nenhum comentário:
Postar um comentário