SÁTIRA
(O SALÁRIO MÍNIMO)
O salário mínimo
foi uma grande invenção
dos nobres donos da
Nação,
para manter vivo o
homem
com uma migalha de pão.
O salário mínimo,
do tamanho de um anão,
deveria matar a fome
da família do
trabalhador;
dar-lhe casa e proteção.
Remédio para sanar a
dor.
Colégio para os filhos,
roupa contra o tempo
frio,
ar condicionado no
calor.
Pagar sua locomoção,
para não faltar ao
patrão.
O salário mínimo
faz o patrão pensar
que esse infeliz até
lazer
pode gozar.
Os governantes do país,
a Justiça, os
Congressistas
ainda não perceberam
que o salário mínimo,
curto como o mês de
fevereiro,
mal sustenta um
passarinho.
Para o operário é
esmola;
para o aposentado uma
esbórnia.
E, para a família, uma
escória.
O salário mínimo
à mulher grávida
deixa sem nutrição.
A criança nasce mirrada
para a desgraça da
Nação.
OH! Quanta judiação!
O patrão dorme na cama,
o empregado dorme no
chão.
Até quando, Senhor
Deus,
esse miserável sofrerá
exploração?
O homem do salário
mínimo
somente será feliz
quando posto no caixão!
O salário mínimo é uma
ilusão!
Ilhéus, 17-8-2000
(uma hora da madrugada)
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