terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A ROLINHA FOGO-APAGOU



Aracaju, 25-01-2016.

Meus amigos:

Conforme compromisso assumido com vocês, me compraz dar-lhes conhecimento do poema A ROLINHA FOGO-APAGOU, o qual me parece o mais triste que nasceu no berço do meu estro.
Eu não invento os temas da minha poesia, uma vez que sou poeta concretista.
A minha principal fonte de inspiração é a Natureza, ou seja, o real, o verdadeiro.
A Natureza é, pois, a fonte onde nasce a minha inspiração.
Estre as centenas de poemas e sonetos que se encontram no meu livro “VERSOS no ESPELHO” – em digitação – predomina a morte e os seus mistérios.
Na hipótese de que algum crítico literário se digne opinar sobre a minha poesia, certamente me elegerá o “poeta da morte”.
Os temas morte, cemitério, tristeza, sofrimento e quejandos, deu fama a muitos poetas famosos.
O segredo está na estrutura e na beleza dos versos, de que somente os grandes poetas são capazes.

Edson Valadares

Nota – Acho que se Goethe e Shakespeare estivessem vivos, dariam a esses versos um turbilhão de aplausos.
A ROLINHA FOGO-APAGOU


Em seu carro de fogo,
no espaço passeava a aurora,
que ia apagando a luz das estrelas!
Os galos sopravam seus clarins
para o Sol despertar.
O Sol surgiu detrás de um monte,
onde uma rolinha cantava tristonha:
O fogo apagou! O fogo apagou!
Um canto triste, um canto de dor.
Deitada em seu ninho,
protegido de sombras,
chocava dois brancos ovinhos,
futuras rolinhas que cantariam
o fogo apagou! O fogo apagou!
E numa manhã brilhante,
um menino malvado,
ouviu o canto: O fogo apagou!
E, de um estilingue armado,
à rolinha uma pedra atirou!
E nunca mais, nunca mais,
se ouviu o canto triste:
O fogo apagou! O fogo apagou!



Ilhéus, 30/06/1999.

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