Aracaju,
25-01-2016.
Meus amigos:
Conforme compromisso assumido com vocês, me
compraz dar-lhes conhecimento do poema A ROLINHA FOGO-APAGOU, o qual me parece
o mais triste que nasceu no berço do meu estro.
Eu não invento os temas da minha poesia, uma
vez que sou poeta concretista.
A minha principal fonte de inspiração é a
Natureza, ou seja, o real, o verdadeiro.
A Natureza é, pois, a fonte onde nasce a minha
inspiração.
Estre as centenas de poemas e sonetos que se
encontram no meu livro “VERSOS no ESPELHO” – em digitação – predomina a morte e
os seus mistérios.
Na hipótese de que algum crítico literário se
digne opinar sobre a minha poesia, certamente me elegerá o “poeta da morte”.
Os temas morte, cemitério, tristeza, sofrimento
e quejandos, deu fama a muitos poetas famosos.
O segredo está na estrutura e na beleza dos
versos, de que somente os grandes poetas são capazes.
Edson Valadares
Nota – Acho que se Goethe e
Shakespeare estivessem vivos, dariam a esses versos um turbilhão de aplausos.
A
ROLINHA FOGO-APAGOU
Em
seu carro de fogo,
no
espaço passeava a aurora,
que
ia apagando a luz das estrelas!
Os
galos sopravam seus clarins
para
o Sol despertar.
O
Sol surgiu detrás de um monte,
onde
uma rolinha cantava tristonha:
O
fogo apagou! O fogo apagou!
Um
canto triste, um canto de dor.
Deitada
em seu ninho,
protegido
de sombras,
chocava
dois brancos ovinhos,
futuras
rolinhas que cantariam
o
fogo apagou! O fogo apagou!
E
numa manhã brilhante,
um
menino malvado,
ouviu
o canto: O fogo apagou!
E,
de um estilingue armado,
à
rolinha uma pedra atirou!
E
nunca mais, nunca mais,
se
ouviu o canto triste:
O
fogo apagou! O fogo apagou!
Ilhéus,
30/06/1999.
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