OCASO
Envelheci, minha vida se
desfolha
Como as secas árvores do
outono.
O ancião é um rochedo
solitário
Que se ergue nos oceanos das
dores.
Sua existência, um jardim sem
flores.
Minha juventude é saudoso
passado.
Aos poucos vou perdendo a
essência da vida.
Perdi meus amigos e a alegria
de viver!
Resta-me neste mundo apenas
A vontade de chorar e de
morrer.
A vida se esvai, gota a gota
Como o pôr do sol no fim do
dia.
Sou poeta que envelheceu sem
glória,
E só aguarda a sentença do
Destino.
Aproxima-se a vez de mergulhar
na escuridão
Do NADA ou da Eternidade?
Minha memória hora a hora se
apaga
Desaparecendo as lembranças do
passado.
Digo adeus à minha MUSA;
Digo adeus aos astros
iluminados,
Pois sinto a proximidade da
morte.
A velhice acena-me um próximo
naufrágio
No bojo de uma forte
tempestade.
Acordai, deuses que habitam o
Olimpo,
Para ouvir estes meus tristes
versos,
Que pelas ondas hertzianas
Transmito para todo o
Universo.
Aracaju, 19-7-2004 (meia
noite).
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