quinta-feira, 15 de março de 2018

OCASO



OCASO

Envelheci, minha vida se desfolha
Como as secas árvores do outono.
O ancião é um rochedo solitário
Que se ergue nos oceanos das dores.
Sua existência, um jardim sem flores.
Minha juventude é saudoso passado.
Aos poucos vou perdendo a essência da vida.
Perdi meus amigos e a alegria de viver!
Resta-me neste mundo apenas
A vontade de chorar e de morrer.
A vida se esvai, gota a gota
Como o pôr do sol no fim do dia.
Sou poeta que envelheceu sem glória,
E só aguarda a sentença do Destino.
Aproxima-se a vez de mergulhar na escuridão
Do NADA ou da Eternidade?
Minha memória hora a hora se apaga
Desaparecendo as lembranças do passado.
Digo adeus à minha MUSA;
Digo adeus aos astros iluminados,
Pois sinto a proximidade da morte.
A velhice acena-me um próximo naufrágio
No bojo de uma forte tempestade.
Acordai, deuses que habitam o Olimpo,
Para ouvir estes meus tristes versos,
Que pelas ondas hertzianas
Transmito para todo o Universo.


Aracaju, 19-7-2004 (meia noite).

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