Aracaju, 25-2-2018.
Excelentíssimo Senhor Senador
EUNÍCIO
OLIVEIRA, ilustre
presidente do Senado Federal.
Excelência:
Em 1945 recebi nesta capital o diploma de Contador.
O meu currículo incluía o estudo de economia.
Após a formatura, e durante toda a minha vida
profissional, estudei e, na prática, aprendi muito mais do que nos livros e nas
aulas que assistia.
Em 1956 eu morava na cidade do Rio de Janeiro.
Houve um concurso para Contador na PETROBRAS. Os candidatos eram mais de cem. Apenas
10 foram aprovados. Eu em primeiro lugar.
Por conta própria, estudei a Ciência Contábil
em livros dos maiores autores da França, da Inglaterra, dos Estados Unidos e do
Brasil.
Li obras de economistas famosos, tais como Keynes,
Adam Smith e muitos outros esquecidos pela memória.
Quando estive nos Estados Unidos, em Nova York
descobri a maior livraria do mundo, e lá encontrei um livro de contabilidade (2.000
páginas) de autoria de Kester, considerado o Contador mais competente de todos.
Ademais estudei, profundamente, as Ciências da
Administração, da Organização e da Lógica.
Penso que tenho competência para discutir
sobre economia com esses medalhões brasileiros mais teóricos do que práticos.
Do exposto, tenho a certeza de que o PIB
calculado pelo IBGE não merece confiança.
Se uma estátua pudesse
ler a formação do nosso PIB, certamente morreria de tanto gargalhar,
principalmente em razão dos critérios de avaliação referentes aos Setores de Serviços.
Num orçamento, do ponto de vista contábil, as
despesas e os custos são divididos em custos fixos e variáveis.
Os custos fixos são aproximadamente apurados,
porém os custos variáveis, jamais.
O meu orçamento é mensal e reduzido. A receita
são os meus proventos de aposentado. As despesas meia dúzia de itens. Quando
recebo as contas de energia elétrica, de água, e outras, sempre constato
diferenças entre o previsto e o realizado.
Avalie-se, portanto, os milhões de erros
existentes no orçamento federal, dos estados e dos municípios!!!
Do exposto, esses orçamentos são mais ou menos
peças de ficção.
Mais... no que diz respeito ao PIB, os
cálculos são tão mentirosos que o próprio Pinóquio teria inveja.
A mentira maior está nos Setores de Serviços,
que não produzem bens nem riquezas. É o caso de um salão de beleza, de
armazenagem, etc. em que há somente troca de posse do dinheiro que sai do bolso
do cliente para o bolso do dono ou dona do salão.
O mesmo acontece na armazenagem.
O comércio não produz bens nem riquezas
capazes de se incluir no PIB. A riqueza, ou seja, o lucro, fica no cofre do
comerciante.
Os economistas são responsáveis pelos
critérios de apuração do PIB.
Ofereço a V. Exa. um
exemplo insofismável.
A Almanaque ABRIL
registra que o PIB do Distrito Federal é formado por 95% do Setor Serviços, e o seu montante assemelha-se ao do estado
da Bahia!!!
Consultei alguns dos economistas mais
conhecidos, e o próprio IBGE. Como resposta tive o silêncio.
Ciente de que pregava no deserto, e nada tinha
a ver com essa farsa matemática, o meu bom senso recomendou-me calar-me como um
defunto.
O maior inimigo dos economistas foi o escritor
russo Gogol.
Ele escrevia em um dos seus livros:
“OS ECONOMISTAS.
Famosos imbecis que arrastam outros
e que não sabem ver um pouco além dos
respectivos narizes!
Asnos que sobem à
cátedra e usam antolhos. Cáfila de idiotas”.
Os Contadores, com
base em documentos, registram operações concretas, enquanto que os economistas
nada mais são do que ficcionistas, como os autores de romances.
Como não sou autoridade deste país, nem
literato famoso, as minhas palavras o vento leva para o espaço.
Contudo, o meu blog já circula em 3 Continentes,
e para os anais, divulgará esta correspondência.
Edson Almeida Valadares
- 94 anos –
(Poeta e escritor
satírico. Candidato
ao Prêmio Nobel de Literatura de 2018).
Nenhum comentário:
Postar um comentário