quarta-feira, 20 de abril de 2016

O CORVO



Aracaju, 17-4-2016

Aos prezados leitores:


É do meu desejo divulgar neste blog, a minha literatura em prosa e verso.
Entretanto, no que diz respeito à poesia, abro uma exceção.
Divulgarei, também, poemas que, na minha opinião, sejam obras-primas da literatura mundial.
A Editora Nova Aguilar S.A., da cidade do Rio de Janeiro, publicou um opúsculo contendo dez traduções do famoso poema “O CORVO”, de EDGAR ALLAN POE, escrito em 1845.
Considero esse poeta o rouxinol da poesia.
As duas traduções mais elogiadas são de autoria dos poetas franceses Baudelaire e Mallarmé.
Opino que a pior tradução pertence a Machado de Assis que, ousou “recriar” esse poema. Ademais, cometeu grave erro.
No poema original, cada estrofe tem 6 versos. Ele multiplicou para 10!
Na opinião de críticos literários brasileiros, a minha tradução não está aquém da de Baudelaire.
A dele em francês. A minha em português.
Para o julgamento de vocês, ponho neste blog a minha tradução.


Edson Valadares
            
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O CORVO
Edgar Allan Poe
(Tradução de Edson Valadares)


Voltei para o quarto, a alma queimando Dentro de mim. Logo depois ouvi uma Batida mais forte do que antes. “Seguramente”, eu disse, seguramente há Algo na treliça de minha janela. Deixe-me ver, então, que ameaça é e investigue este

Mistério – Que meu coração aquiete-se um momento, e investigue este mistério – É o vento e nada mais. Neste momento, fechei a persiana, quando com um safanão e excitação, ali pousava um Corvo majestoso dos santos dias do passado. Ele

Não fez a menor vênia; nem num minuto moveu-se, mas, com aspecto de Lorde ou senhora, empoleirado acima da porta do meu quarto, empoleirado sobre o busto da Palas logo acima da porta do meu quarto – Empoleirado, e sentado, e nada mais.

Ao ouvir diálogo tão claro, muito me admirou esta deselegante ave, embora pouco compreensiva sua resposta – pequeno diálogo surgiu; porque não podemos conceber que nenhum ser humano tenha sido afortunado ao ver um

Pássaro acima da janela do seu quarto – Pássaro ou animal sobre o busto esculpido acima da janela do seu quarto, com tal nome como “Nunca mais”. Mas o Corvo, sentado sozinho naquele busto, falou apenas aquela única palavra, como se sua

Alma naquela única palavra dita de um jato. Nada mais então ele emitiu; nem um penha ele agitou – Então eu apenas murmurei: “outros amigos voariam antes – No dia seguinte, ele me deixaria e minha esperanças voariam antes. Então o

Pássaro disse: “Nunca mais”. Profeta, eu disse, Coisa do mal” – profeta ainda, se ave ou demônio! Por aquele céu suspenso sobre nós – por aquele Deus que ambos adoramos – Diga a esta alma triste se, no distante além, eu deva cumprimentar uma

Virgem santa que os anjos chamam de Leonora cumprimentar uma donzela rara e radiante que os anjos chamam de Leonora.
Disse o Corvo, “Nunca mais”. “seja aquela palavra nosso sinal de Partida, ave ou demônio!” Gritei arrogante

“Volte para a tempestade e a praia noturna de Plutão” não deixe nenhuma pluma preta como lembrança daquela mentira que a tua alma falou: Deixe minha solidão intacta” – deixe o busto acima da janela”
Retire teu bico para fora do meu coração,

E retire tua figura de minha porta, disse o Corvo, “Nunca mais”. E o Corvo, sem adejar, ainda está sentado, ainda está sentado sobre o busto pálido de Palas logo acima da janela do meu quarto;
E seus olhos têm toda a aparência de um

Demônio que sonha e a luz da lâmpada escoando sobre ele reflete sua sombra no piso; E minh’alma sai daquela sombra que mente flutuante no piso. Desse ver suspensa – nunca mais”



Ilhéus, 6-10-2001.


Nota do tradutor: O Corvo é mensageiro da morte.


 

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