Aracaju, 17-4-2016
Aos prezados leitores:
É do meu desejo divulgar neste blog, a minha
literatura em prosa e verso.
Entretanto, no que diz respeito à poesia, abro
uma exceção.
Divulgarei, também, poemas que, na minha
opinião, sejam obras-primas da literatura mundial.
A Editora Nova Aguilar S.A., da cidade do Rio
de Janeiro, publicou um opúsculo contendo dez traduções do famoso poema “O CORVO”,
de EDGAR ALLAN POE, escrito em 1845.
Considero esse poeta o rouxinol da poesia.
As duas traduções mais elogiadas são de autoria
dos poetas franceses Baudelaire e Mallarmé.
Opino que a pior tradução pertence a Machado de
Assis que, ousou “recriar” esse poema. Ademais, cometeu grave erro.
No poema original, cada estrofe tem 6 versos.
Ele multiplicou para 10!
Na opinião de críticos literários brasileiros,
a minha tradução não está aquém da de Baudelaire.
A dele em francês. A minha em português.
Para o julgamento de vocês, ponho neste blog a
minha tradução.
Edson Valadares
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O CORVO
Edgar Allan Poe
(Tradução de Edson Valadares)
Voltei para o quarto, a alma queimando Dentro de mim. Logo
depois ouvi uma Batida mais forte do que antes. “Seguramente”, eu disse,
seguramente há Algo na treliça de minha janela. Deixe-me ver, então, que ameaça
é e investigue este
Mistério – Que meu coração aquiete-se um momento, e
investigue este mistério – É o vento e nada mais. Neste momento, fechei a
persiana, quando com um safanão e excitação, ali pousava um Corvo majestoso dos
santos dias do passado. Ele
Não fez a menor vênia; nem num minuto moveu-se, mas,
com aspecto de Lorde ou senhora, empoleirado acima da porta do meu quarto, empoleirado
sobre o busto da Palas logo acima da porta do meu quarto – Empoleirado, e
sentado, e nada mais.
Ao ouvir diálogo tão claro, muito me admirou esta
deselegante ave, embora pouco compreensiva sua resposta – pequeno diálogo
surgiu; porque não podemos conceber que nenhum ser humano tenha sido afortunado
ao ver um
Pássaro acima da janela do seu quarto – Pássaro ou
animal sobre o busto esculpido acima da janela do seu quarto, com tal nome como
“Nunca mais”. Mas o Corvo, sentado sozinho naquele busto, falou apenas aquela
única palavra, como se sua
Alma naquela única palavra dita de um jato. Nada mais
então ele emitiu; nem um penha ele agitou – Então eu apenas murmurei: “outros
amigos voariam antes – No dia seguinte, ele me deixaria e minha esperanças
voariam antes. Então o
Pássaro disse: “Nunca mais”. Profeta, eu disse, Coisa
do mal” – profeta ainda, se ave ou demônio! Por aquele céu suspenso sobre nós –
por aquele Deus que ambos adoramos – Diga a esta alma triste se, no distante
além, eu deva cumprimentar uma
Virgem santa que os anjos chamam de Leonora cumprimentar
uma donzela rara e radiante que os anjos chamam de Leonora.
Disse o Corvo, “Nunca mais”. “seja aquela palavra
nosso sinal de Partida, ave ou demônio!” Gritei arrogante
“Volte para a tempestade e a praia noturna de Plutão”
não deixe nenhuma pluma preta como lembrança daquela mentira que a tua alma
falou: Deixe minha solidão intacta” – deixe o busto acima da janela”
Retire teu bico para fora do meu coração,
E retire tua figura de minha porta, disse o Corvo,
“Nunca mais”. E o Corvo, sem adejar, ainda está sentado, ainda está sentado sobre
o busto pálido de Palas logo acima da janela do meu quarto;
E seus olhos têm toda a aparência de um
Demônio que sonha e a luz da lâmpada escoando sobre
ele reflete sua sombra no piso; E minh’alma sai daquela sombra que mente
flutuante no piso. Desse ver suspensa – nunca mais”
Ilhéus, 6-10-2001.
Nota do tradutor: O Corvo é
mensageiro da morte.
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