Aracaju,
27-4-2016
Prezados leitores deste blog.
Quando, neste dia, começavam a se formar os
primeiros clarões da tarde, eu lia, novamente, poemas do livro “OS LUSÍADAS”,
de Luís de Camões (1524-1580), considerado o maior poeta de Portugal.
Camões, nascido em 1524.
Eu, nascido em 1924.
Muitos conhecem a sua obra monumental, “OS
LUSÍADAS”, porém poucos sabem que ele legou à humanidade 500 sonetos!
Ocorreu-me a ideia de presentear os meus caros
leitores com o soneto que considero o melhor de todos eles.
Edson Valadares.
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Soneto 19
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor, que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo daqui me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Camões
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