segunda-feira, 11 de abril de 2016

POEMA PASTORIL

Aracaju, 08-04-2016


Prezados leitores:


Virgílio, poeta romano, é considerado o mais importante poeta latino.
Pode-se afirmar que ele foi o pai da poesia pastoril.
Quando eu lia o seu famoso livro, ENEIDA, aconselhado pela minha fiel Musa, e também devido a influência de haver durante os meus primeiros dez anos vividos no campo, decidi imitá-lo.
Portanto, compus alguns poemas subordinados a esse gênero literário.

Nesta data, ofereço a vocês um desses poemas.

Edson Valadares



 Poema Pastoril

A poesia pastoril,
de fama  no passado,
morreu, vagarosamente,
ao escoar lento dos séculos.
No modernismo
deste tempo
é uma tentativa
difícil, de ressuscitá-la.
É um trabalho
do deus Hércules,
e um grande desafio
à inspiração do poeta.
No despertar do século XX,
eu nasci na fazenda Buril,
numa casinha branca
situada ao pé de
uma montanha arborizada
onde a lenda dizia
que havia em suas
entranhas uma mina de ouro.
A fazenda tinha um prado
atapetado de flores do campo,
de muitas cores,
no sopé da montanha
nascia uma bela fonte
de águas cantantes.
Ao nascer do Sol,
milhares de passarinhos
gorjeavam saudando
o rei Universo.

Acorda também o campônio
após tomar o seu café.
Na manhã radiante,
ele se apossa da charrua
e vai ao campo arar a terra
molhada pelas recentes
chuvas do início do inverno.
Depois ele enterra as sementes.
Em breve o campo verde,
anunciando boa safra
e bons lucros, ele sorri
e se sente feliz.
À noite, cansado,
o campônio dorme
como um deus.
Ao morrer a madrugada,
o canto estridente do galo
o desperta.
A rotina recomeça,
e assim os anos
passando vão vagarosos.
E o homem envelhece
e morre sem compreender
por que viveu e morreu.



Edson Valadares
Ilhéus, 2008



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