Aracaju, 22 de
dezembro de 2017.
Excelentíssimo Senhor Senador
EUNÍCIO OLIVEIRA, presidente
do Congresso Nacional.
Excelência:
Agora são 14h10.
Ouço na TV as palavras do presidente da República
a respeito da reforma da Previdência.
Tanto o presidente, como a mídia, não aborda a
essência dessa tão propalada reforma.
Ouço e leio na mídia apenas lero-lero.
Ninguém menciona a Ciência atuarial. A atuária
é parte da estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo
nas áreas de seguros, previdência social, etc.
Atuário é o especialista em matemática
estatística que age no mercado econômico-financeiro, na promoção de pesquisas e
estabelecimento de planos e políticas de investimentos e amortização, e no seguro
social e privado, no cálculo de probabilidades de eventos, na avaliação de
riscos, etc.
A omissão da atuária
nesse debate sobre essa reforma absurda acontece, talvez, pela ignorância ou
má-fé dos agentes.
Desconheço se há
estatística de quantos são os trabalhadores e funcionários públicos que morrem
antes de completar 65 anos, ou ficam inativos por incapacidade.
A alegação de que cresce o número de idosos é,
simplesmente, uma falácia pronunciada pelos “gênios” da imbecilidade.
É evidente que nascem mais crianças
brasileiras do que o aumento de idosos.
É voz corrente de que a dívida ativa em favor
do Poder Executivo soma em torno de um trilhão de reais.
É evidente que essa dívida veste a roupagem do
tabu. É intocável, uma vez que pode prejudicar pessoas e empresas ricas.
O pobre, ou seja, o povo, é o bode expiatório.
É o caso do idoso aposentado, que mesmo doente
e vivendo de uma pensão reduzida, não está isento do famigerado Leão do Imposto
de Renda.
Na culta Suécia, o imposto de renda é elevado,
porém é o único imposto.
O seu povo, rico ou pobre, não paga mais nada.
Aqui, os impostos, taxas e outras invenções
chegam em torno de 50!
Os remédios são encarecidos porque neles estão
embutidas taxas astronômicas.
O Brasil se dá ao luxo de manter efetivos
militares maiores do que a França e o Reino Unido!
O Brasil se dá ao luxo de manter mais de 30 ministérios,
muitos deles inúteis.
Em Brasília, vê-se na esplanada dos ministérios,
dezenas de elefantes brancos, na linguagem popular.
Se o Poder Executivo e o Legislativo tivessem
juízo, a capital do Brasil voltaria para a cidade do Rio de Janeiro.
Brasília seria, tão somente, uma cidade
turística!
Em verdade, excluída a capital do Brasil -
obra de um sonho-as 30 outras cidades dentro do Distrito Federal são favelas
violentas e nada mais.
Vejo-me apenas um D. Quixote pregando no
deserto.
Certamente a minha correspondência não chega
ao vosso conhecimento porque os vossos zelosos assessores, agem assim; “Ponga la
basura en son lugar”, conselho que li na cidade do Panamá.
Edson Valadares
(Poeta e escritor)
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