quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

DIÁRIO 2017



              DIÁRIO
                2017

               Dezembro


 3.              Agora são 6H. Acordo.
 Os primeiros raios do sol invadem a sala do meu apartamento.
 Nesta madrugada tive um sonho inédito e absurdo.
 Sonhei que em cima de uma mesa eu via dezenas de remédios a mim receitados pelos médicos.
 Lembro-me dos nomes de alguns que realmente eu consumo: Divelol, Osteoform, Adera D3, Propomalva, Vitalux, PuranT T4, Allegra, Marevan, colírios: Fresh Tears, Xalatan.
 Após haver sonhado no curso da minha longa existência, em torno de 180.000 vezes, eu pensava que se esgotavam os motivos para sonhar.
 Noto que isso está acontecendo, uma vez que me lembro, atualmente, de sonhos cada vez mais raros.
 Sonho: um mistério insolúvel.
 Recordo que durante a minha infância vivida no sertão nordestino, eu tinha um cachorro que quando sonhava estremecia, gania, latia, gritava como se estivesse apanhando.
 Ponho-me a conjeturar:
 Será que os peixes sonham?
 Será que todos os animais sonham?
 De uma coisa eu sei: o sonho é indecifrável


                   Edson Valadares

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