DIÁRIO
2017
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Dezembro
27. Meu Diário:
Como é de praxe, na noite de ontem e na
madrugada de hoje, sofri um pot-pourri onírico, cercado de episódios
misteriosos.
Manteve-se na memória apenas um sonho que
durou grande parte desta madrugada.
Eu estava numa grande cidade de mim
desconhecida.
Não sei por qual motivo penetrei num trem que
estava superlotado, e cujo destino eu desconhecia.
O trem parava em muitas estações. Desciam e
subiam esquisitos passageiros, sempre mudos como uma pedra.
De repente, dois passageiros sem camisas,
começaram uma briga de sopapos bem perto do local em que eu me encontrava. Ninguém intervia.
Não sei precisar o tempo em que a luta
terminou.
O trem corria sobre os trilhos, indiferente àquela
ocorrência desagradável e perigosa.
Decidi descer daquele trem de malucos na
próxima estação.
O trem continuava superlotado.
Tive dificuldade em romper a multidão e descer
desse trem-fantasma.
A estação não tinha nome nem indicava que
lugar era aquele.
Constatei que estava numa vila ou numa pequena
cidade.
Chegava outro trem que viajava em sentido
contrário.
O meu bom senso recomendava que tomasse aquele
trem, mesmo sem saber o seu destino.
Após percorrer um longo percurso, fui acordado
pelo canto dos galos que vivem nos sítios deste bairro.
Ao constatar que estava seguro na minha
saudosa cama, senti enorme satisfação.
O dia amanhecia. Levantei-me e continuei a
leitura do livro O Conde de Monte Cristo.