segunda-feira, 3 de outubro de 2016

DIÁRIO




Diário
2016
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     Setembro

30              Meu Diário.

Agora são 5 horas da manhã.
Ontem a meteorologia previa que hoje choveria neste Estado.
Olho para o céu e vejo-o povoado de muitas nuvens negras como a noite.
Tenho a impressão que elas se reúnem com a intenção de desencadear uma tempestade.
 Contrariando a minha intenção de evitar relatos de sonhos, vejo-me na contingência de abrir as cortinas da exceção.
É que tive um sonho longo e angustiante. Provavelmente, um dos meus sonhos mais fantásticos.
Creio que se iniciou às duas horas e, após alguns intervalos para visitar o banheiro, o sonho terminou justamente agora (5h), porque acordei novamente e levantei-me para assistir o noticiário matutino da TV Globo News.
 Início do meu drama onírico.
 Eu estava num subúrbio longínquo da cidade do Rio de Janeiro. Deseja embarcar no ônibus com destino ao Centro da cidade.
 Um ônibus lotado de passageiros parou no ponto. Entrei e sentei-me no último lugar vago. O destino era o bairro da Tijuca.
Na suposição de que o mesmo passaria perto do meu destino, senti-me aliviado.
Ledo engano.
O veículo começou a trafegar na subida de uma montanha coberta por uma densa floresta.
O silêncio era sepulcral. Ninguém falava. Dava-me a impressão que viajava naquele ônibus em companhia de passageiros fantasmas.
Eu estava sentado junto a uma janela. Do ponto mais alto da montanha, comecei a observar à longa distância, um bairro desconhecido. As casas e edifícios da cor branca.
 Muitos deles tinham torres semelhantes a igrejas.
 Entramos novamente na floresta.
Lembro-me que acordei duas ou três vezes e pensava que eu tivesse me livrado daquela estranha viagem.
Não. O sonho recomeçava.
 Na descida da montanha, alguns passageiros desembarcavam, e outros subiam no ônibus.
Após uma angustiante viagem, o ônibus parou no ponto final. O motorista indicou-me aonde eu poderia tomar outro veículo.
 O ponto ficava distante, na beira de uma estrada deserta.
Eu e alguns passageiros caminhamos até lá.
Uma van aproximou-se. O destino seria a Tijuca, onde eu teria facilidade de transporte para o meu destino.
Os passageiros eram diferentes. Havia mulheres loiras, bonitas, risonhas que palestravam.
Alguns passageiros conversavam comigo. Disse-lhes ser poeta, candidato ao Prêmio Nobel de Literatura. Deram-me parabéns.
A viagem mais misteriosa e aflitiva da minha existência, que durou cerca de três horas, finalmente terminou na Tijuca.
Como dito no início, acordei às 5 horas, e, imediatamente registro esta aventura onírica, enquanto permite a memória.
Felizmente não houve assalto ao ônibus, nem assassinatos.

            Edson Valadares

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