Diário
2016
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Setembro
30 Meu Diário.
Agora são 5 horas da manhã.
Ontem a meteorologia previa que hoje choveria neste Estado.
Olho para o céu e vejo-o povoado de muitas nuvens negras como a noite.
Tenho a impressão que elas se reúnem com a intenção de desencadear uma
tempestade.
Contrariando a minha intenção de
evitar relatos de sonhos, vejo-me na contingência de abrir as cortinas da
exceção.
É que tive um sonho longo e angustiante. Provavelmente, um dos meus
sonhos mais fantásticos.
Creio que se iniciou às duas horas e, após alguns intervalos para
visitar o banheiro, o sonho terminou justamente agora (5h), porque acordei
novamente e levantei-me para assistir o noticiário matutino da TV Globo News.
Início do meu drama onírico.
Eu estava num subúrbio longínquo
da cidade do Rio de Janeiro. Deseja embarcar no ônibus com destino ao Centro da
cidade.
Um ônibus lotado de passageiros parou
no ponto. Entrei e sentei-me no último lugar vago. O destino era o bairro da
Tijuca.
Na suposição de que o mesmo passaria perto do meu destino, senti-me
aliviado.
Ledo engano.
O veículo começou a trafegar na subida de uma montanha coberta por uma
densa floresta.
O silêncio era sepulcral. Ninguém falava. Dava-me a impressão que
viajava naquele ônibus em companhia de passageiros fantasmas.
Eu estava sentado junto a uma janela. Do ponto mais alto da montanha,
comecei a observar à longa distância, um bairro desconhecido. As casas e
edifícios da cor branca.
Muitos deles tinham torres
semelhantes a igrejas.
Entramos novamente na floresta.
Lembro-me que acordei duas ou três vezes e pensava que eu tivesse me
livrado daquela estranha viagem.
Não. O sonho recomeçava.
Na descida da montanha, alguns
passageiros desembarcavam, e outros subiam no ônibus.
Após uma angustiante viagem, o ônibus parou no ponto final. O motorista
indicou-me aonde eu poderia tomar outro veículo.
O ponto ficava distante, na beira
de uma estrada deserta.
Eu e alguns passageiros caminhamos até lá.
Uma van aproximou-se. O destino seria a Tijuca, onde eu teria facilidade
de transporte para o meu destino.
Os passageiros eram diferentes. Havia mulheres loiras, bonitas, risonhas
que palestravam.
Alguns passageiros conversavam comigo. Disse-lhes ser poeta, candidato
ao Prêmio Nobel de Literatura. Deram-me parabéns.
A viagem mais misteriosa e aflitiva da minha existência, que durou cerca
de três horas, finalmente terminou na Tijuca.
Como dito no início, acordei às 5 horas, e, imediatamente registro esta
aventura onírica, enquanto permite a memória.
Felizmente não houve assalto ao ônibus, nem assassinatos.
Edson Valadares
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