Aracaju,
27-11-2015.
Caros amigos.
Embora este Blog seja um recém-nascido, para a
minha surpresa, começa a ter sucesso, a ponto de despertar o interesse de
muitos brasileiros emigrados para a Europa, Ásia, América.
Assumi a responsabilidade de enriquecer este
Blog com o nível mais alto da Literatura – arte de escrever trabalhos
artísticos em prosa ou verso.
Do exposto, evitarei imiscuir-me em assuntos
políticos, religiosos e sectários.
Por outro lado, para não me tornar presunçoso e
antipatizado como o cônsul de Roma – Cícero –, sempre que julgar oportuno,
oferecerei aos meus leitores, matérias literárias de outros autores,
notadamente franceses, dos quais sou permanente adicto.
Em vista desta filosofia, desejo mencionar o
poeta francês FÉLIX ARVERS (1806 – 1851), que, com um único soneto, assegurou a
imortalidade.
Para satisfazer a curiosidade dos meus
leitores, conhecedores do sonoro idioma de Victor Hugo, transcrevo o aludido
soneto.
SONNET
Mon âme a son secret, ma vie a son mystère:
Un amour éternel en un moment conçu,
Le mal est sans
espoir, aussi j’ai dû le taire,
Et celle qui l’a fait n’en a jamais rien su.
Helas! j’aurai passé
près d’elle inaperçu,
Toujours à ses côtés et pourtant solitaire;
Et j’aurai jusqu’au bout fait mon temps sur la terre,
N’osant rien demander et n’ayant rien reçu.
Pour elle, quoique Dieu l’ait faite douce et tendre,
Elle ira son chemin, distraite, et sans entendre
Ce murmure d’amour
élevé sur ses pas;
A l’austère devoir pieusement fidèle,
Elle dira, lisant ces vers tout remplis d’elle:
<<Quelle est
done cette femme?>> et ne comprendra pas.
Como visto, trata-se de um soneto de amor a uma
mulher desconhecida.
Confesso que após tomar conhecimento desse
maravilhoso soneto, interpretei-o como um desafio ao meu estro. Então, com o
auxílio da minha Musa, em poucos minutos compus, em réplica, um poema, o qual
submeto à crítica de quem o ler. Asseguro que o tema é verídico.
POEMA PARA UMA JOVEM
LOIRA DESCONHECIDA
Num luxuoso consultório
médico,
encontro uma jovem
desconhecida;
bela como Vênus.
Conversava
com uma amiga também
bela.
Quem seria ela?
Semelhante
à estrela da manhã! Sua
voz
maviosa como a voz de um anjo.
Quando sorria, seus
olhos
brilhavam como o
orvalho de
uma manhã radiosa, e
mostravam
uma vitrine de dente
alvos
como a neve ao cair do
céu.
De cor branca como uma
eslava;
os cabelos loiros como
a luz do Sol.
O corpo da sublime
Galatéia,
o poeta admirava
extasiado.
O mesmo pensamento
martelava
o seu cérebro. Quem
seria ela?
Por qual motivo
visitava o médico?
Jamais saberei!
Embevecido
e iluminado pelos raios
dos
seus olhos verdes, a vi
levantar-se e partir
para
algum destino ignorado.
Ciente de que nunca
mais a
encontraria, logo senti
saudade,
restando as résteas da
esperança
de revê-la na
Eternidade.
Aracaju, 18-04-2010.
Boa leitura.
Edson Valadares