LASTIMAÇÃO
Ah! Como lastimo a minha
infância que não volta mais!
Ah! Como lastimo haver
perdido a colega do curso
primário que eu secretamente
amava na idade de oito anos...
Tenho saudade do meu cavalo
ALAZÃO que morreu quando
completava 20 anos! Esse
enorme animal era
inteligente
como nós, seres humanos!
Certa vez - eu tinha uns
seis anos –
montava o ALAZÃO. Ao
atravessar
um riacho vazio, eu cai no
leito
povoado de pedras. Ele
estancou,
imediatamente. Do contrário,
teria
pisado em mim com as suas
patas de gigante. Ao
levantar-me,
abracei o seu pescoço e
beijei, várias
vezes, a sua testa. Quando
morreu
eu chorei e derramei
lágrimas
que formavam uma pequena
cachoeira. Oh! que saudade
eu tenho dos animais, meus
amigos.
Até os dez anos de idade eu
vivi
somente em companhia dos
meus
avós, ambos analfabetas,
porém
altamente inteligentes. Somente
na escola primária eu me
encontrava
com crianças da minha idade
Oh! Que saudade eu tenho do grande
rio que atravessava a fazenda.
Aos nove anos de idade havia
concluído
os quatro anos do curso
primário e
me isolei na fazenda. Ao
completar
dez anos o meu pai, que
morava
numa cidade do sul do Estado,
levou-me para a tal
civilização.
Aos onze anos a família de
nove
pessoas mudou-se para a
capital:
Aracaju aos 21 anos obtive
diploma
de curso superior. Aos 26
anos um
avião da Varig me conduziu
para
a Cidade Maravilhosa - Rio
de Janeiro.
Lamento haver abandonada o
meu
sertão. Na cidade, muitas
vezes
chorei de saudade. Ainda
hoje
fico triste quando leio o
meu
livro CONTOS do SERTÃO.
Finalmente: Lamento muito o
meu tempo perdido na
civilização.
Aracaju, noite de
25-10-2018.
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