segunda-feira, 29 de outubro de 2018

LASTIMAÇÃO


LASTIMAÇÃO


Ah! Como lastimo a minha
infância que não volta mais!
Ah! Como lastimo haver
perdido a colega do curso
primário que eu secretamente
amava na idade de oito anos...
Tenho saudade do meu cavalo
ALAZÃO que morreu quando
completava 20 anos! Esse
enorme animal era inteligente
como nós, seres humanos!
Certa vez - eu tinha uns seis anos –
montava o ALAZÃO. Ao atravessar
um riacho vazio, eu cai no leito
povoado de pedras. Ele estancou,
imediatamente. Do contrário, teria
pisado em mim com as suas
patas de gigante. Ao levantar-me,
abracei o seu pescoço e beijei, várias
vezes, a sua testa. Quando morreu
eu chorei e derramei lágrimas
que formavam uma pequena
cachoeira. Oh! que saudade
eu tenho dos animais, meus amigos.
Até os dez anos de idade eu vivi
somente em companhia dos meus
avós, ambos analfabetas, porém
altamente inteligentes. Somente
na escola primária eu me encontrava
com crianças da minha idade
Oh! Que saudade eu tenho do grande

rio que atravessava a fazenda.
Aos nove anos de idade havia concluído
os quatro anos do curso primário e
me isolei na fazenda. Ao completar
dez anos o meu pai, que morava
numa cidade do sul do Estado,
levou-me para a tal civilização.
Aos onze anos a família de nove
pessoas mudou-se para a capital:
Aracaju aos 21 anos obtive diploma
de curso superior. Aos 26 anos um
avião da Varig me conduziu para
a Cidade Maravilhosa - Rio de Janeiro.
Lamento haver abandonada o meu
sertão. Na cidade, muitas vezes
chorei de saudade. Ainda hoje
fico triste quando leio o meu
livro CONTOS do SERTÃO.
Finalmente: Lamento muito o
meu tempo perdido na civilização.




Aracaju, noite de 25-10-2018.

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