terça-feira, 9 de outubro de 2018

Caros leitores:


Aracaju, 7 de outubro de 2018.


Caros leitores:

                        O sonho

 Agora são 7h, de uma manhã sem sol. O céu coalhado de nuvens, neste começo da primavera.
 Na noite que ora se finda, ocorreram-me tantos sonhos que tive a ideia de raciocinar a esse respeito.
 Conheci um sujeito que nunca havia sonhado. Conheci muitas pessoas que sonham raramente.
 Acredito que nós, humanos, somos um extraordinário mistério.
 Eu costumo sonhar sempre que estou dormindo, bem como pesadelos aflitivos.
 Calculo que já sonhei algo em torno de 180.000 sonhos e pesadelos. Relato alguns dos mais extraordinários, inacreditáveis.
 Na minha infância vivida na fazenda do meu avô, eu costumava sonhar com cobras, ataques de bovinos e de Lampião, famoso bandoleiro que assolava o povo sertanejo.
 Ao me transferir para o mundo civilizado, aos 10 anos de idade, esses sonhos cessaram.
 Vejamos alguns dos sonhos principais.
 Sonhei que era soldado francês e estava numa trincheira da guerra de 1914.
 De repente, um enorme soldado alemão surgiu e pôs uma baioneta no meu peito, e eu gritei: Camarade! Este era o grito de rendição.
 Sonhei duas vezes que as forças armadas da Argentina invadiam o Brasil. Eu via e ouvia o ronco dos tanques de guerra e dos aviões argentinos.
 Certa vez sonhei que estava no topo de uma montanha. Satanás aproximou-se de mim e mandou atirar-me. Tive o ensejo de acordar imediatamente.
 Em sonhos conheci muitos países da África, da Europa e da Ásia. Marrocos, Inglaterra, França, etc.
 Eu viajava de navio e de avião.
 Na Índia eu estava numa praça quando estourou uma revolução. Os soldados atiravam no povo. Eu via os cadáveres de muitos mortos.
 Fugi dali e me escondi numa fábrica abandonada.
 Já sonhei mais de uma vez, que assistia um carnaval no Rio de Janeiro. Eu via uns dois milhões de foliões. As escolas de samba desfilavam, e eu ouvia o canto e a música das orquestras.
 Sonhei que estava no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e assistia a ópera AÍDA.
 Em sonhos, assisti a muitos assassinatos.
 Em vários sonhos eu namorava e beijava mulheres loiras e lindas.
 Agora, quando estou próximo dos 95 anos, as loiras me abandonaram!
 Se eu fora comentar todos os sonhos ainda arquivados na memória, preencheria 50.000 páginas.



               Edson Valadares

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caros leitores deste blog:

  Aracaju, 15 de setembro de 2020.      Caros leitores deste blog:      Com o apoio de vocês, este meu blog recebe acessos de qu...