Aracaju, 7 de outubro de 2018.
Caros
leitores:
O sonho
Agora são 7h, de uma manhã
sem sol. O céu coalhado de nuvens, neste começo da primavera.
Na noite que ora se finda,
ocorreram-me tantos sonhos que tive a ideia de raciocinar a esse respeito.
Conheci um sujeito que
nunca havia sonhado. Conheci muitas pessoas que sonham raramente.
Acredito que nós, humanos,
somos um extraordinário mistério.
Eu costumo sonhar sempre
que estou dormindo, bem como pesadelos aflitivos.
Calculo que já sonhei algo
em torno de 180.000 sonhos e pesadelos. Relato alguns dos mais extraordinários,
inacreditáveis.
Na minha infância vivida na
fazenda do meu avô, eu costumava sonhar com cobras, ataques de bovinos e de
Lampião, famoso bandoleiro que assolava o povo sertanejo.
Ao me transferir para o
mundo civilizado, aos 10 anos de idade, esses sonhos cessaram.
Vejamos alguns dos sonhos
principais.
Sonhei que era soldado francês
e estava numa trincheira da guerra de 1914.
De repente, um enorme
soldado alemão surgiu e pôs uma baioneta no meu peito, e eu gritei: Camarade!
Este era o grito de rendição.
Sonhei duas vezes que as
forças armadas da Argentina invadiam o Brasil. Eu via e ouvia o ronco dos
tanques de guerra e dos aviões argentinos.
Certa vez sonhei que estava
no topo de uma montanha. Satanás aproximou-se de mim e mandou atirar-me. Tive o
ensejo de acordar imediatamente.
Em sonhos conheci muitos
países da África, da Europa e da Ásia. Marrocos, Inglaterra, França, etc.
Eu viajava de navio e de
avião.
Na Índia eu estava numa
praça quando estourou uma revolução. Os soldados atiravam no povo. Eu via os
cadáveres de muitos mortos.
Fugi dali e me escondi numa
fábrica abandonada.
Já sonhei mais de uma vez,
que assistia um carnaval no Rio de Janeiro. Eu via uns dois milhões de foliões.
As escolas de samba desfilavam, e eu ouvia o canto e a música das orquestras.
Sonhei que estava no Teatro
Municipal do Rio de Janeiro e assistia a ópera AÍDA.
Em sonhos, assisti a muitos
assassinatos.
Em vários sonhos eu
namorava e beijava mulheres loiras e lindas.
Agora, quando estou próximo
dos 95 anos, as loiras me abandonaram!
Se eu fora comentar todos
os sonhos ainda arquivados na memória, preencheria 50.000 páginas.
Edson
Valadares
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