DIÁRIO
2018
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Julho
25. Meu Diário.
Agora são 6h15m de uma manhã chuvosa e fria.
Afinal, estamos na estação do inverno.
Acabo de acordar, e começo a pôr em suas
páginas um sonho inédito e extraordinário.
Sonhei que estava num escritório luxuoso. Antes
de começar o expediente, os funcionários tomavam o cafezinho, conversavam,
sorriam e gargalhavam.
Os personagens pareciam gente de carne e osso.
Aquela cena demorou uma hora ou mais.
Do exposto, tenho motivos para acreditar que
eu seja o maior sonhador do mundo, mesmo porque calculo que nestes meus 95 anos
já sonhei 180.000 vezes.
E por falar em gargalhada, acredito que o povo
brasileiro é campeão do mundo.
Quando as minhas filhas recebem as amigas,
sorriem e gargalham por qualquer futilidade.
Às segundas-feiras eu assisto as sessões da
Academia de Letras.
Suas Excelências (os acadêmicos) explodem em
gargalhadas sem nenhum motivo (no meu entender).
Quando eu transito pelas ruas desta capital
ouço um festival de gargalhadas por qualquer futilidade.
Isto é próprio dos latino-americanos.
Na década de 1980 eu estive na Alemanha
durante um mês. Nesse período, não ouvi
nenhuma gargalhada.
Na minha vivência de 95 anos, jamais pratiquei
essa tolice.
Quando mais jovem, eu sonhava, de vez em
quando, que beijava lindas loiras. Envelheci, e as minhas loiras oníricas,
desapareceram.
Edson Valadares
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