Aracaju, 8-7-2018.
Caros leitores:
Para
o conhecimento de vocês, estou divulgando neste blog a crônica que escrevi no
ano de 1994, quando ainda morava na cidade do Rio de Janeiro.
Compus
essa crônica sobre ARTHUR RUBINSTEIN para participar do concurso de uma TV
carioca.
Intelectuais
da cidade do Salvador (estado da Bahia), a nomearam a melhor crônica do nosso
idioma.
Edson Valadares
ARTHUR RUBINSTEIN
Era aniversário de Deus.
Todas as luzes do Universo foram
acesas.
Bilhões de fogos de artifício
celestiais cruzavam-se no céu, provocando incêndios nas estrelas.
A orquestra sinfônica de Deus tocava
em Sua homenagem. O regente e os músicos – entidades divinas – estavam
conduzindo o mais fantástico e sublime concerto jamais realizado em homenagem
ao Criador do Universo.
Um bem-aventurado pianista se
destacava na orquestra, porque o seu instrumento musical “inventava” os acordes
mais suaves à audição daquela plateia divina. Ele era gênio, gênio criado pelo
Ser Supremo, seu Pai.
Depois que os divinos sons musicais
se perderam nos confins do infinito, Deus, o Pai misericordioso de todos os
homens, pensou e decidiu emprestar ao planeta Terra o seu artista preferido.
Por essa razão, no seio do povo eleito – o povo judeu – nasceu ARTHUR
RUBINSTEIN.
Aqui na Terra, embora tivesse o seu
espírito aprisionado no corpo carnal, Rubinstein manteve a sua genialidade.
Foi ele, sem dúvida, graças à sua
origem e posição no céu, o mais elevado virtuoso da música clássica executada
em piano.
Especialista em interpretar música de
Chopin, conseguiu ultrapassar o próprio gênio polonês. Era um legitimo gênio
musical e homem de soberbas virtudes.
Como Rubinstein nasce um em cada
século.
Assim como a água mata a sede das
entidades vivas, a música do gênio mata a sede musical do nosso espírito.
Quando tocava piano os dedos
deslizavam nas teclas, com frêmitos elétricos produzidos pelo entusiasmo e
magia da sua alma.
A sua alegre e inconfundível
cabeleira branca tremeluzia nos mais importantes cenários do mundo, como uma
bandeira hasteada a farfalhar por causa da ventania.
Finalmente, cumprida sua missão
divina na Terra, ele foi chamado ao céu para ocupar o seu lugar, como pianista
privilegiado, na orquestra sinfônica de Deus.
Rio de Janeiro, 1994.
Edson Valadares
Nota: Esta crônica foi
escrita em homenagem ao grande pianista, por ocasião das comemorações do seu
centenário.
Rubinstein nasceu em Lodz (Polônia),
em 1889.
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