ANO 2011
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MAIO
18. Estou
pulando de contente. No dia 27 próximo,
a dona do meu Diário chega ao Rio, para me visitar e matar saudades desta
cidade na qual morou no curso dos seus primeiros dez anos de idade.
Seja bem-vinda minha doce
poetisa Deise Valadares!
É pena que serão apenas dez
dias de alegria. Ela regressa para
Aracaju e eu aqui permaneço no afã de publicar os meus livros e mostrar o meu rosto
ao mundo.
Preparo um extenso programa
turístico que ela jamais esquecerá.
Com esse intuito, tomei
hoje um ônibus e parti da Ilha do Governador para o Centro da cidade.
Desejava descobrir e
conhecer o que havia nesse bairro que me era desconhecido, embora tivesse aqui
trabalhando durante 40 anos! Esta cidade é imensa. O Centro é o principal
monumento da história do Brasil.
Eu conhecia as ruas
principais, como Sete de Setembro, Assembleia, Ouvidor, Rosário e outras. Contudo
somente as conhecia até a histórica rua 1º de Março, excetuada a Praça XV.
O instinto guiou-me a passar
para o outro lado dessa rua para explorar o que havia além.
O que vi me deu a impressão
de que pela primeira vez pisava o chão desta cidade de João do Rio, o seu maior
cronista.
É curta a extensão das ruas
que atravessam a 1º de Março.
Para não me tornar prolixo,
relato apenas as coisas que me surpreenderam e me causaram emoção.
Na Praça XV constatei que a
imponente estátua do General Osório estava sendo restaurada, ao custo de R$ 290.000,00.
É sempre assim! O Poder Público não conserva os monumentos
espalhados pela URBE. Quando estes começam a se mutilar são gastas fortunas
para remoçá-los.
Encontrei duas antigas
igrejas católicas por mim desconhecidas. Igreja N. S. do Parto e Igreja N. S.
da Lapa.
A Bolsa de Valores do Rio a
conhecia situada na Praça XV. Como se sabe, foi fechada e os seus negócios
transferidos para a Bolsa de São Paulo.
Daí a minha surpresa. Na
Travessa do Comércio, ali próxima, um suntuoso edifício onde se lia: Bolsa de
Valores. Tive a impressão de que fosse um túmulo de vidro!
Nessa pequena área onde se
situam o primeiro Correio do Brasil e a primeira sede do Banco do Brasil,
visualizei dezenas de edifícios antigos, todos eles ostentando sacadas de ferro.
Próximo dali, situam-se a Casa da França e a riquíssima Igreja da
Candelária, construída com pedras de mármore vindas de Portugal.
Já os sinos soavam as 12
horas. O estômago reclamava por alimento.
O corpo envelhecido dizia-se cansado.
Na rua 1º de Março tomei uma Van e retornei à Ilha muito
satisfeito por haver travado conhecimento de um pedaço do coração do Rio.
Em homenagem ao saudoso
João do Rio, escrevi esta crônica.
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