Aracaju,
15 de outubro de 2015.
Excelentíssimo
Senhor Ministro
da
Fazenda, JOAQUIM LEVY.
Excelência:
Na tarde de ontem assisti o bombardeio que
V.Exa. sofreu na Câmara de Deputados.
Notei que muitas das questões levantadas
pelos vossos inquisidores não são da vossa alçada ou responsabilidade.
V.Exa. foi mestre nas resposta evasivas,
apenas algumas promessas.
Aliás, muitas dessas questões o próprio
Congresso Nacional poderia solucionar através de Projetos de Lei de sua
iniciativa.
Mas a Câmara e o Senado são passivos.
Aguardam as iniciativas do Poder Executivo.
Na mídia de hoje, leio esta declaração de
V.Exa.: Sem CPMF, programas sociais estão ameaçados.
A classe média, a classe mais sacrificada,
paga uma multidão de impostos e ainda transfere parte de suas rendas para esses
famigerados programas sociais.
Pobre não paga imposto. É um parasita da
Nação. É pobre por ser preguiçoso. Não estuda, não trabalha. Na verdade, uma
corja de vagabundos protegidos e alimentados pelo Governo Federal.
Esse programa social do governo do PT é
injusto, indecente e extorsivo.
Eu sou poeta satírico. Discípulo de Gregório
de Matos.
A minha sátira sobre o pobre, que transcrevo,
retrata essa questão.
SÁTIRA
(O POBRE)
No Brasil ser pobre é
profissão.
O pobre mama nas
tetas da Nação.
Tem camisinha, cesta
básica,
médico, hospital,
remédio de graça!
Os filhos estudam sem
pagar
e ainda comem merenda
escolar.
O transporte é também
gratuito,
em ônibus vedado ao
público.
O pobre recebe vale
transporte,
viaja de graça do sul
ao norte
e também não paga o
caixão à Morte!
O pobre é sujeito
felizardo;
na Terra tem tudo ao
seu agrado.
Até por Deus tem
lugar assegurado
no seu céu azul e
estrelado!
Para gozar da vida
eterna
e fugir das labaredas
do inferno,
rogo que na próxima
encarnação
como pobre, eu possa
nascer nesta Nação!
Ilhéus, 2000.
Respeitosamente,
Edson Valadares
(poeta satírico,
escritor.
Candidato ao Prêmio
Nobel de Literatura)
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