AFINAL, A
MORTE
(Para a
jovem médica Aline Magalhães Barreto)
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Caminhamos no tempo por
curta ou longa estrada
para a tragédia final.
Estamos todos marcados
para o encontro
do último suspiro.
Muitos dos que
conviveram conosco
definitivamente
partiram.
E os outros que vieram
até nossa existência
ou nossa existência
promoveram,
também desapareceram.
É certo que também
partirei numa manhã sem sol.
Muitos me ajudaram
nestes meus passos
ainda não conclusos.
Foram muitos os que
ajudaram,
como profissionais da cura,
prolongando-nos no
tempo vivo.
Meu pai, meu irmão,
minha própria filha,
e até o neto e uma
neta.
Estiveram ou estão
dobrados de abnegação
para a continuidade da
vida.
Mas somos programados
para uma
necessária conclusão.
Se algum dia eu estiver
no fim, crivado de dores
e molhado de lágrimas,
Qualquer interferência
para suster o processo da
morte, será prolongar o
meu sofrimento
por causa de uma
existência desnecessária, pois inútil.
Deixe-me sucumbir;
inevitavelmente sucumbir.
E, assim, o Anjo da morte
será como uma esposa
partida e reencontrada.
E direi como Aline que
não conheço:
Oh, morte magnânima!
E acrescentarei: o meu
caminho foi certamente
para este último e
definitivo encontro.
(Aracaju,
novembro de 2005).
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