quinta-feira, 31 de março de 2016

DIÁRIO



DIÁRIO
2016
MARÇO


28          Após sonhar uma 180.000 vezes, eu pensava que havia se esgotava os assuntos oníricos.
             Em verdade, raras vezes os meus sonhos se repetem.
             A minha memória se esgota. Continuo sonhando durante todo o tempo que durmo, porém a memória guarda somente os sonhos extraordinários, fantásticos.
             Isso aconteceu-me na madrugada de hoje.
             Encontrei na rua, por acaso, um jovem que começou a conversar comigo.
Disse-me que numa casa ali perto, morava com os pais, a ex-esposa e o novo marido dela, seu primo. Estava desgostoso da vida não sabia o que fazer.
Perguntei se ele tinha ciúme da esposa traidora. Disse-me que não.
Retruquei que ele não se casara por amor, com o que concordou.
Disse-lhe: Em seu lugar, eu casava novamente e iria morar longe da casa dos seus pais.
Se súbito, ele sumiu-se.
Segui para a minha residência. Ao chegar lá havia visitas e o almoço estava sendo servido.
Prontifiquei-me a ir ao bar comprar cerveja e refrigerantes.
Nada comprei, e volto.
Tomei uma rua desconhecida e me perdi. Não sabia aonde estava.
Começa um toró. Caminho rua acima e rua abaixo à procura da minha casa. Estou encharcado e morto de frio. Desesperado, acordo. À distância um galo canta, avisando que eram quatro horas da manhã.


Edson Valadares

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