quinta-feira, 31 de março de 2016

ALDEMIR BENDINE



URGENTE

Aracaju, 25 de março de 2016.

Excelentíssimo Senhor
Doutor ALDEMIR BENDINE,
Presidente da PETROBRAS.
Rio de Janeiro

Excelência:

Em concurso para Contador da PETROBRAS realizado em 1956, eu fui aprovado em primeiro lugar.
Admitido em 1957, exerci nessa empresa cargos importantes, além de ter participado de Grupos de Trabalho.
Aposentado em 1977, fui admitido na COBEC, Tranding Company do Banco do Brasil, como Auditor.
Nessa função, procedi a trabalhos de Auditoria Contábil nas filiais da França, da Alemanha, do Canadá, do Panamá e dos Estados Unidos da América (duas vezes).
Estudei a Ciência Contábil desde o ano de 1939 até o ano de 1984.
Conheci a Contabilidade do Brasil, da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Estudei os livros de Contabilidade escritos pelos maiores mestres dessa Ciência, inclusive KESTER, considerado o maior Contador do Mundo.
Ademais, recebi da Mãe-Natureza as chaves da lógica, do bom senso e do uso da razão.
Por todas essas mencionadas propriedades, rogo a V.Exa. que permita-me oferecer-vos alguns comentários sobre as notícias assustadoras sobre o balanço da PETROBRAS relativo a 2015.
No caderno MERCADO – Economia e Negócios de um jornal local, tomo conhecimento de uma entrevista do Ministro Eduardo Braga, da qual registro este trecho:
“O resultado financeiro da PETROBRAS mostrou um prejuízo de R$34.836 bilhões em 2015”.
No mesmo jornal, na coluna OPINIÃO, sob o título NÚMEROS ASSUSTADORES, leio esta informação:
“A PETROBRAS é a empresa do ramo petroleiro mais endividada do mundo”.
Neste meu comentário, cuido tão somente do balanço.
Leio mais este absurdo, que apunhala a Ciência Contábil:
“A companhia ajustou o preço dos seus ativos ao novo cenário da indústria”.
No caso em que essa notícia seja verdadeira, a PETROBRAS assim procedeu por que se acha refém do mercado financeiro.
Ora, o valor dos ativos são aqueles registrados pela Contabilidade, com base em documentos fidedignos e reais.
O patrimônio da PETROBRAS não pode subir e descer como sobem e descem os preços das ações nesse Cassino que se chama Bolsa de Valores.
O jornal, continua:
“Com o petróleo mais barato, os ativos valem menos, em especial aqueles de exploração e produção. Este ajuste chamado de imparidade custou R$48,39 bilhões no resultado final de 2015”.
Ora, reduzir ou aumentar os ativos, quando o preço do barril de petróleo desce ou sobe, seria o procedimento mais burro que a PETROBRAS cometeria, como também uma punhalada nos princípios da Ciência Contábil.
É preciso considerar-se que a PETROBRAS não está à venda.
Foi a PETROBRAS quem descobriu o pré-sal, portanto, o petróleo das reservas é de sua exclusiva propriedade.
Entregar essa riqueza a empresas estrangeiras, como aprovado pelo Congresso Nacional, representa um crime de lesa-pátria.
O petróleo é nosso!
O Governo Federal deveria comprar as ações da PETROBRAS na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova York.
Os dividendos hoje pagos aos acionistas, seriam carreados para os cofres da PETROBRAS.
A empresa não deveria se preocupar com novos investimentos visando aumentar a produção de petróleo para exportação.
A sua preocupação deveria cingir-se à produção de petróleo e derivados necessários ao consumo nacional.
Presidente:
Sou de opinião que a Auditoria Externa está a serviço do mercado, embora infringindo os conceitos da Ciência Contábil.
Eu, na qualidade de petroleiro, interpretando os sentimentos dos meus colegas da velha guarda ainda vivos, nos sentimos tristes, chocados, com esse cenário apavorante que ameaça não somente o futuro da empresa, mas também dos seus milhares de funcionários e técnicos da ativa e dos aposentados.
Se a paridade antes mencionada, no valor de R$48,39 bilhões for contabilizada no balanço de 2015, eu rasgarei o meu diploma de Contador!
Reconheço que hoje em dia eu nada represento para a PETROBRAS. Sou apenas um zero à esquerda, porém esta carta será inserida no meu blog, que recebe acessos dos principais países de três continentes.

Respeitosamente,


Edson Almeida Valadares
(Petroleiro aposentado.
Poeta e escritor. Candidato
ao Prêmio Nobel de
Literatura de 2016)


Cc: Presidente Dilma Rousseff.

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