URGENTE
Aracaju,
25 de março de 2016.
Excelentíssimo
Senhor
Doutor
ALDEMIR BENDINE,
Presidente
da PETROBRAS.
Rio
de Janeiro
Excelência:
Em concurso para Contador da PETROBRAS
realizado em 1956, eu fui aprovado em primeiro lugar.
Admitido em 1957, exerci nessa empresa cargos
importantes, além de ter participado de Grupos de Trabalho.
Aposentado em 1977, fui admitido na COBEC,
Tranding Company do Banco do Brasil, como Auditor.
Nessa função, procedi a trabalhos de Auditoria
Contábil nas filiais da França, da Alemanha, do Canadá, do Panamá e dos Estados
Unidos da América (duas vezes).
Estudei a Ciência Contábil desde o ano de 1939
até o ano de 1984.
Conheci a Contabilidade do Brasil, da França,
da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Estudei os livros de Contabilidade escritos
pelos maiores mestres dessa Ciência, inclusive KESTER, considerado o maior
Contador do Mundo.
Ademais, recebi da Mãe-Natureza as chaves da
lógica, do bom senso e do uso da razão.
Por todas essas mencionadas propriedades, rogo
a V.Exa. que permita-me oferecer-vos alguns comentários sobre as notícias
assustadoras sobre o balanço da PETROBRAS relativo a 2015.
No caderno MERCADO – Economia e Negócios de um
jornal local, tomo conhecimento de uma entrevista do Ministro Eduardo Braga, da
qual registro este trecho:
“O resultado financeiro da PETROBRAS mostrou um
prejuízo de R$34.836 bilhões em 2015”.
No mesmo jornal, na coluna OPINIÃO, sob o
título NÚMEROS ASSUSTADORES, leio esta informação:
“A PETROBRAS é a empresa do ramo petroleiro
mais endividada do mundo”.
Neste meu comentário, cuido tão somente do
balanço.
Leio mais este absurdo, que apunhala a Ciência
Contábil:
“A companhia ajustou o preço dos seus ativos ao
novo cenário da indústria”.
No caso em que essa notícia seja verdadeira, a PETROBRAS
assim procedeu por que se acha refém do mercado financeiro.
Ora, o valor dos ativos são aqueles registrados
pela Contabilidade, com base em documentos fidedignos e reais.
O patrimônio da PETROBRAS não pode subir e
descer como sobem e descem os preços das ações nesse Cassino que se chama Bolsa
de Valores.
O jornal, continua:
“Com o petróleo mais barato, os ativos valem
menos, em especial aqueles de exploração e produção. Este ajuste chamado de
imparidade custou R$48,39 bilhões no resultado final de 2015”.
Ora, reduzir ou aumentar os ativos, quando o
preço do barril de petróleo desce ou sobe, seria o procedimento mais burro que
a PETROBRAS cometeria, como também uma punhalada nos princípios da Ciência
Contábil.
É preciso considerar-se que a PETROBRAS não
está à venda.
Foi a PETROBRAS quem descobriu o pré-sal,
portanto, o petróleo das reservas é de sua exclusiva propriedade.
Entregar essa riqueza a empresas estrangeiras,
como aprovado pelo Congresso Nacional, representa um crime de lesa-pátria.
O petróleo é nosso!
O Governo Federal deveria comprar as ações da
PETROBRAS na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova York.
Os dividendos hoje pagos aos acionistas, seriam
carreados para os cofres da PETROBRAS.
A empresa não deveria se preocupar com novos
investimentos visando aumentar a produção de petróleo para exportação.
A sua preocupação deveria cingir-se à produção
de petróleo e derivados necessários ao consumo nacional.
Presidente:
Sou de opinião que a Auditoria Externa está a
serviço do mercado, embora infringindo os conceitos da Ciência Contábil.
Eu, na qualidade de petroleiro, interpretando
os sentimentos dos meus colegas da velha guarda ainda vivos, nos sentimos
tristes, chocados, com esse cenário apavorante que ameaça não somente o futuro
da empresa, mas também dos seus milhares de funcionários e técnicos da ativa e
dos aposentados.
Se a paridade antes mencionada, no valor de
R$48,39 bilhões for contabilizada no balanço de 2015, eu rasgarei o meu diploma
de Contador!
Reconheço que hoje em dia eu nada represento
para a PETROBRAS. Sou apenas um zero à esquerda, porém esta carta será inserida
no meu blog, que recebe acessos dos principais países de três continentes.
Respeitosamente,
Edson Almeida Valadares
(Petroleiro aposentado.
Poeta e escritor. Candidato
ao Prêmio Nobel de
Literatura de 2016)
Cc:
Presidente Dilma Rousseff.
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