sexta-feira, 10 de junho de 2016

UM SERTANEJO EM WASHINGTON



           UM SERTANEJO EM WASHINGTON________




Na qualidade de auditor da COBEC - trading-Company do Banco do Brasil - a diretoria designou-me para auditar a filial de Nova York, o que aconteceu duas vezes. Na cidade dos arranha-céus permaneci durante três meses.
Nos dias de sábado e domingo percorria as ruas e avenidas no desejo de conhecer, o máximo possível, da fantástica cidade.
Na segunda viagem, fui acompanhado por uma colega da PETROBRÁS e sua prima (policial).
Terminados os meus trabalhos de auditoria contábil, resolvemos fazer turismo coletivo na capital dos Estados Unidos da América (Washington).
Viajamos num ônibus de luxo. Os passageiros se revezavam com frequência, isto é, trocavam de lugar. Esse fato me surpreendeu
 pois esse procedimento não acontece no Brasil.
Na vizinhança da bela cidade, fomos levados a conhecer o Museu Espacial, simplesmente fantástico. Vi os primeiros aviões inventados, pedras da lua e tanta coisa fantástica de que poder-se-ia escrever um volumoso livro.
Terminada a visita, o grupo de turistas penetrou na cidade e fomos alojados num hotel de 2.000 quartos.
Para encontrar o nosso, tive que solicitar ajuda de um empregado do hotel.
Em Washington, vi coisas maravilhosas. Relato algumas, para não fatigar o leitor.
Tomamos um taxi e fomos conhecer o Museu de Cera. Um museu que vai além da nossa imaginação.
Na entrada, visualizamos, dentro d’uma espécie de jaula, um casal ricamente vestido e imóvel. Quando nos aproximamos, o calor do nosso corpo os fez começar a dançar ao som de um invisível instrumento musical.
Ao nos afastarmos os dançarinos voltaram à posição anterior.
Entramos no museu. Numa vitrine vimos um leão enorme.
Curiosas, as jovens se aproximaram da jaula. O leão movimentou-se e rugiu como um trovão. Assustadas, – pois o leão parecia ser verdadeiro, - elas recuaram pálidas e amedrontadas.
Passado o susto, entramos num salão bem iluminado. Já era noite. Então, presenciei um dos mais fantásticos episódios de toda a minha existência.
Junto a uma mesa de conferência, estavam sentados todos os presidentes do país. Um a um se levantava e discursava por cinco minutos. As imagens, os gestos e a voz de cada presidente de cera pareciam reais.
Dois americanos (pai e filho), aproximaram-se dos brasileiros. A princípio tive receio dos gringos. Entretanto, se declararam turistas de um estado do sul do país.
A visita ao museu chegava ao fim. Começava uma trovoada. Não havia taxi no local. Os gentis americanos ofereceram-se para nos levar ao hotel, do qual não sabíamos o nome nem o endereço.
Não me lembro como os nossos salvadores encontraram o edifício.
Aliviados, convidei-os para jantar. Tomamos um saboroso vinho branco da Califórnia. Havia um baile no recinto. Tocava uma orquestra de jazz. A amiga da minha colega simpatizou com o jovem americano e dançaram até a madrugada.
O jantar me custou muitos dólares.
No dia seguinte, o grupo foi visitar a fazenda do primeiro presidente dos Estados Unidos, Washington.
O guia informava que a fazenda teve 2.000 escravos. Numa pequena capela jaziam os restos mortais do general e sua esposa.
Num lugar incerto, o guia desceu os turistas, e num inglês fanhoso que não compreendi, dava instruções sobre o local onde ficaria o ônibus. Do que o guia falou compreendi que o ônibus nos esperava no Mall, as 14 horas.
Almoçamos num agradável restaurante próximo do local onde o ônibus nos deixou e voltamos ao lugar onde estávamos.
Nenhum táxi parava ao nosso sinal. Soube, mais tarde, que é preciso telefonar para um rádio táxi. Decidi que iríamos a pé para o tal Mall (centro comercial).
A muitos perguntávamos onde ficava o Mall, e ninguém informava.
Agoniado, vi a distância, o passageiro descendo de um taxi na porta de um hotel.
Corri até lá. Perguntei ao motorista onde ficava o Mall. Ele respondeu que sabia, porém não podia nos transportar. Ofereci-lhe 50 dólares. Aceitou. Levou-me ao ponto onde estava o ônibus.
Os passageiros aborrecidos com o nosso atraso de uma hora.
Pedi ao motorista para me levar para o local onde as duas brasileiras estavam conversando, indiferentes ao meu drama.
No ônibus estavam as nossas malas, se tivesse partido sem nós, teríamos que voltar para Nova York de trem, sem as malas. A distância de Washington para Nova York é de 200km, aproximadamente.
Chego ao hotel, janto e vou dormir, com o sentimento de que acabava o tormento da aventura.
As duas haviam marcado encontro com os citados americanos e, segundo me disseram, foram a um concerto musical.
As 22 horas do dia seguinte, tomamos um avião da Varig e regressamos ao Brasil.
Ao pôr os pés no solo da pátria, ajoelhei-me e beijei o chão,    imitando o Papa.
Aquela tormenta sofrida em Washington continua viva na minha mente.


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