Aracaju, 2 de junho de 2016.
Excelentíssimo Senhor Doutor
PEDRO PARENTE
Presidente da PETROBRAS
Excelência:
Em 1956, a PETROBRAS
realizou concurso para Contador.
Os candidatos eram
mais de cem. Muitos deles Contadores de grandes empresas de São Paulo e do Rio
de Janeiro.
Eu, Contador
formado em Sergipe no ano de 1945, morava no Rio desde o ano de 1950.
Em dezembro de 1950,
li num jornal anúncio de um banco carioca que desejava admitir um
Contador-Geral.
Dentre centenas de
cartas, a minha foi selecionada.
Fui convidado a
manter entrevista com o presidente do banco. No dia 2 de janeiro de 1951,
assumi o cargo, sem jamais ter sido bancário.
Quatro anos depois,
consegui ser nomeado Sub-Contador da Metro Goldwin Mayer do Brasil.
Após este breve
prólogo, volto a relatar o início da minha história na jovem PETROBRAS.
No concurso citado
foram aprovados apenas dez candidatos. Eu, em primeiro lugar.
Fui admitido em
1957. Como prêmio fui nomeado Contador-seccional da unidade da Amazônia, com
sede em Belém do Pará.
Após três anos fui
transferido para a RPBA, em Salvador. Na época a unidade mais importante da
empresa. Os empregados eram 12 mil.
Nessa unidade, além
de Contador-seccional, eu acumulava a chefia do Departamento Financeiro.
Durante onze anos
exercendo esses cargos, eu era o primeiro a entregar os balanços à Contadoria
Geral.
Em 1969, regressei
à sede, onde fui lotado no Serviço Financeiro, subordinado ao general Dieguez,
de quem recebia muitas gentilezas.
Durante 20 anos,
exerci, sem interrupção, cargos de confiança.
Eu fui o primeiro
Contador a padronizar os históricos contábeis.
Por minha sugestão
ao Superintendente, a RPBA foi a primeira unidade da PETROBRAS a pagar em
bancos contas, faturas e salários.
Durante esses 20
anos (aposentei-me em 1977) as minhas notas de avaliação eram sempre dez.
Como estudioso da
Contabilidade, das Ciências da Organização e da Administração, muito contribuí
para o aperfeiçoamento da contabilidade e da administração.
Participei dos
grupos de trabalho que deram pareceres favoráveis a:
1) Abertura de contas
em bancos privados;
2) Criação da
PETROQUISA, e muitos outros já apagados da memória.
Aos 70 anos de idade iniciei-me na literatura –
prosa e verso.
Tenho 13 livros prontos. Dois publicados na
internet pela Editora AMAZON e os outros 11 em processo de digitação.
A PETROBRAS patrocina gregos e troianos, inclusive
futebol e a Fórmula 1!
Entretanto, mais de uma vez, negou-me patrocínio
para publicar os meus livros.
À AMAZON nada pago.
Mas, também, a medida em que posso, a Editora TABA,
dessa capital, publica apenas 50 exemplares de cada livro, destinados a
presentear pessoas e entidades especiais de três continentes.
Excelência:
A burocracia invadiu a PETROBRAS nos últimos anos.
Ontem fui ao meu dentista e para a minha surpresa
assinei quatro vezes o formulário.
Ainda ontem, fui a uma clínica para fazer exame de
varizes.
Foi necessário solicitar à AMS local a devida
autorização. Assinei o formulário apenas duas vezes.
Em saudoso passado, eu assinava apenas uma vez.
A AMS de hoje é uma montanha de burocracia.
Nos últimos anos, quando o PT comandava o país, os
presidentes da PETROS e da PETROBRAS eram sindicalistas ou bancários.
Excelência:
O ideal seria ressuscitar a lei 2004. Diz-se que as
reservas de petróleo e gás do Pré-Sal estão estimadas em cerca de 15 trilhões
de dólares.
Por que desviar grande soma dessa riqueza para os
cofres dos gringos?
O PETRÓLEO É NOSSO!
As bolsas de valores são cassinos, onde o sabido
compra ações pela manhã e à tarde as vende aos tolos, com lucro.
No passado, as bolsas financiavam as empresas que
precisavam de capitais para investimentos.
Entendo que o Poder Executivo (Tesouro Nacional,
BNDES e estatais federais) deveriam comprar nas bolsas as ações da PETROBRAS.
Deste modo os dividendos hoje pagos a acionistas privados, seriam utilizados
pela PETROBRÁS em pesquisa e produção de petróleo e gás.
A PETROBRAS deveria investir com capital próprio,
sem açodamento.
Sugiro a V.Exa. que o presidente da PETROS seja
petroleiro da ativa ou aposentado.
Rogo desculpar-me por este longo desabafo, justamente
no momento em que V.Exa. assume o comando desse grande navio que se denomina
PETROBRAS.
Como petroleiro da velha guarda, ofereço a V.Exa.
os meus modestos aplausos e votos para que V.Exa. retire a nossa PETROBRAS da
UTI.
Respeitosamente,
Edson Almeida Valadares
(Contador, Auditor,
poeta, escritor;
candidato ao Prêmio
Nobel de
Literatura de 2016;
92 anos)
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