Aracaju, 10-4-2019.
DR.
JOACI GÓES
Salvador/Bahia.
Ilustre amigo:
Agora são 3h50 m.
Acabo de acordar por
causa de um pensamento espontâneo a mim enviado pela usina de pensamentos
produzidos pelo meu cérebro à minha revelia.
Eu tenho uma pasta na qual guardo em torno de
150 cartas que recebi de pessoas e entidades especiais, as quais pretendo
editar ainda este ano.
Em outra pasta, intitulada Prêmio Nobel, guardo
várias cartas que recebi da Academia Sueca.
Jamais tive a ideia de
juntá-las às cartas a serem publicadas com o título “CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA”.
Como dito no início desta missiva, recebi do
cérebro a sugestão para que incluísse essas cartas no livro que nascerá em
breve.
Eu me espanto comigo mesmo.
Não penso quando escrevo ou componho um poema
ou soneto.
Não sou o comandante do escrito, mais o
comandado.
Isto é ou não, um feito fantástico?
Ainda este mês receberei do meu editor carioca
(TABA Cultural - José Maria Rodrigues) mais um livro da coleção CARTAS do BRASIL,
numa imitação às CARTAS da INGLATERRA, de Ruy Barbosa.
Contudo, eu avalio que Rui foi um notável
orador, porém, não um literato.
Acho que escrever com simplicidade e beleza
literária não é fácil.
O meu principal exemplo são os poemas de SAPPHO,
poetisa grega na Antiguidade, ainda insuperável até hoje.
O saudoso crítico literário Dr. Mário Cabral
pensava que a Deise fosse a poetisa SAPPHO reencarnada.
Ainda tenho a publicar cerca de 10 livros.
Já trilhando as veredas dos 96 anos, temo que TÂNTALO
- o deus da morte - não me oferecerá tempo suficiente.
Morrerei na dúvida da razão pela qual nasci,
por que vivi, e por que vou morrer numa data que ignoro.
Alma ou espírito.
Estudei 10 religiões, a Doutrina Espírita, a Quimbanda
africana, e assisti algumas sessões espíritas. Essas me causaram confusão.
Como cartesiano, duvido de tudo.
Eu morrerei antes de você.
Se alma existir, eu virei lhe avisar.
Com referência à sua promessa de que editará
os meus livros não publicados, sugiro requisitá-los à Deise, e somente editá-los
se os jugar merecedores, evidentemente.
Facó me colocou na lista dos maiores
escritores do Brasil, o saudoso Mário Cabral julgava-me do mesmo nível de
Goethe e de Shakespeare, na poesia.
Tomara que eles tenham razão.
Au revoir
Edson Valadares
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