DIÁRIO
2019
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Janeiro
7. Na madrugada de hoje ocorreu-me um sonho
extraordinário, merecedor de registro neste Diário.
Antes, porém, devo me reportar ao passado.
A minha mãe deu à luz a dez filhos. Cinco
homens e cinco mulheres.
É interessante notar-se que num ano nascia um
filho homem, e no ano seguinte uma mulher.
Apenas um morreu antes da idade de um ano.
O meu pai dava aos filhos nomes começando com
a letra E.
Convido a minha memória de 95 anos a nomear os
nomes da família.
Everton – falecido.
Elizabeth - 97 anos. Mora em Brasília.
Edson - eu.
Esther – falecida.
Everaldo - reside em Ilhéus.
Edelvira - reside na cidade de São Paulo.
José – falecido.
Elza – falecida.
Tereza - mora em Salvador/BA.
Os nossos pais se separaram quando residiam na
cidade de Boquim/SE.
A minha mãe e seus 9 filhos mudou-se para
Aracaju, capital do Estado.
Ela faleceu aos 42 anos de idade, de leucemia.
Everton era oficial do Exército.
Elizabeth assumiu o lugar da nossa mãe.
Mais
tarde, ela casou-se e foi morar na cidade de Ilhéus.
Elza ocupou o seu
lugar.
Eu era Contador de uma empresa de petróleo de São
Paulo. Morava na vizinha cidade de Socorro.
Em janeiro de 1950, a empresa encerrou suas
atividades em Sergipe. Vendeu a sonda para o Conselho Nacional do Petróleo.
O seu presidente me convidou para trabalhar na
matriz, sita na cidade do Rio de Janeiro, onde vivi a maior saga da minha vida.
Após este prólogo, volto ao assunto principal
deste registro do meu passado, na forma de um sonho.
Apenas uma vez em toda a minha existência,
sonhei com o espírito da minha mãe.
Sonhei em torno de 20 vezes com o meu falecido
irmão Everton.
Então, para a minha surpresa, nesta madrugada sonhei
que me encontrava com o falecido José, e conversarmos, porém, não me lembro do
que.
Ele parecia de carne e osso.
A voz era dele!
O encontro foi rápido, numa rua que me parecia
estranha.
Sonho: fantástico mistério.
Faz uns 50 anos que sonhei que tinha morrido.
Eu via o meu corpo dentro do caixão, cercado
pela minha família; todos eles choravam.
Eu sobrevoava o caixão, e gritava: não chorem.
Eu estou vivo!
Um dos meus sonhos mais fantásticos foi a
minha visita ao inferno. Eu via Satanás
sentado ao lado de uma longa mesa, e ouvia os gritos das almas. O meu cicerone
informava que aqueles gritos eram das almas penantes dentro de caldeirões de fogo.
Edson Valadares.
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