Aracaju, 2 de janeiro de 2019.
Câmara dos Deputados
Banco de Ideias
Comissão de Legislação
Participativa.
Brasília.
Senhores deputados.
Acredito que eu seja o único poeta
satírico do Brasil.
Quando eu lia as sátiras de Gregório de Matos,
surgiu-me inusitada inspiração.
Em poucos dias, compus mais de 20 sátiras em
poesia rimada.
Logo que conclui a leitura do livro de
Gregório de Matos, a inspiração sumiu-se para nunca mais voltar.
Respeitosamente,
Edson Valadares
(Poeta e escritor).
SÁTIRA
(IMPOSTO DE RENDA)
Salário não é renda.
Disso todos nós sabemos.
Salário é remuneração.
Disso todos nós sabemos,
mas está sujeito a taxação,
por lei de um Congresso sem
compaixão,
composto por filhos das elites.
E, para nosso imenso desgosto
votam Leis contrárias ao povo,
como essa do imposto de renda
que incide sobre salários;
um assalto no bolso do operário,
do funcionário, do bancário,
e também do pobre aposentado,
para suprir o Tesouro Nacional.
Fonte de renda da faminta burocracia,
o imposto deveria punir a economia,
os chamados meios de produção,
e os lucros dos capitalistas.
Taxar as migalhas dos salários
é como tomar dinheiro ao mendigo.
A Secretaria da Receita Federal
é o coveiro do nosso funeral.
Seus funcionários bem remunerados,
são corvos a bicar nossos salários.
Gente gulosa, sem alma, sem coração;
paga para nos tirar cada tostão!
Ah! Até quando esses fariseus,
inimigos do nosso povo e de Deus,
como pragas do Egito nos assolarão?
Como sofrem os filhos desta Nação,
vítimas no bolso, por tanta
espoliação;
e triturados pelos dentes do Leão!
Desse monstro, só nos livraremos no
caixão.
Ilhéus, 3-8-2000.
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