Aracaju,
31 de janeiro de 2016.
Meus caros amigos:
Vocês, através da internet, são o elo que me
liga à literatura mundial.
Quase muito tarde, descobri que a arte
literária era o meu destino.
Essa descoberta aconteceu-me ao completar 70
anos de idade.
Antes dessa idade, eu me dedicava ao estudo da
Ciência Contábil.
Em janeiro de 1950, este filho do sertão do
Estado de Sergipe, migrou para a cidade do Rio de Janeiro, que me pareceu tão
grande como a Babilônia.
Em 2 de janeiro de 1951, eu fui selecionado para
ocupar o cargo de Contador-geral de um banco carioca, sem nunca ter sido
bancário.
A minha convivência com a literatura começou na
idade de 26 anos.
Um vizinho, espírita, emprestou-me livros de
autoria de Alan Kardec.
A doutrina espírita me seduziu, principalmente
pela alta qualidade do estilo de seus autores.
Estimo que li uns 50 livros espíritas, ainda
mais porque eu acreditava que essa doutrina poderia me mostrar o caminho da
vida, da morte e da existência da alma.
Durante muitos anos seguintes passei a
interessar-me pela Filosofia.
Iniciei-me com Platão e Aristóteles. No
decorrer de muitos anos, devido a essa descoberta, li muitos livros da maioria
dos mais famosos filósofos, especialmente Descartes e Voltaire.
Na procura da verdade sobre o meu destino após
a morte, estudei cerca de dez Religiões.
Agora, aos 92 anos, julgo-me decepcionado.
Nem a Doutrina Espírita, nem a Filosofia e nem
as Religiões esclareceram as minhas dúvidas.
Como cartesiano, continuo envolto nas brumas de
Avalon.
Edson Valadares
Nenhum comentário:
Postar um comentário