quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

EDIÇÕES LOYOLA



Aracaju, 20 de fevereiro de 2016.

EDIÇÕES LOYOLA

A atenção da Diretoria.

É noite.
Por acaso, encontro numa estante da biblioteca da minha filha o livro “PRECONCEITO LINGUÍSTICO”, de MARCOS BAGNO, cujo currículo é de fazer inveja a Shakespeare.
Aos 92 anos de idade, estudo espanhol, inglês, francês e português em várias gramáticas, pela razão de que sou poeta, poeta satírico, contista, cronista, epistológrafo, diarista, epitafista, orador, palestrante e crítico literário.
Como crítico literário, sou discípulo dos melhores autores, principalmente SAINTE-BEUVE.
Não tenho diploma da USP, de Harvard, ou outra qualquer.
Sou apenas Contador, discípulo de Kester, o maior Contador do mundo.
Estudo por conta própria.
Pretendo criticar o livro em causa à medida em que for lendo o texto.
Logo na primeira capa, encontro uma tolice que quase me causa um desmaio.
Reproduzo-a em parte.

“Maior porém tem sido
o número de pessoas
que se sentem, finalmente,
contempladas em suas
expectativas de construir
um sociedade verdadeira-
mente democrática,
em que a linguagem
de cada cidadão seja
valorizada como parte
inalienável de sua iden-
tidade pessoal e coletiva”.

Consultada a minha Musa, ela me ofereceu uma resposta concisa, a saber: “O autor destas linhas quer construir uma nova Torre de Babel”.
Como a noite se adentra, e Morfeu me convida a dormir, amanhã cedo me ocuparei na leitura do título “IMPORTANTE SABER”.
Onde diz: “...militância conta o preconceito linguístico e em favor de uma educação em língua materna mais democrática e coerente com o estado atual das ciências da linguagem e da educação”.
Crítica – Este trecho é um excelente exemplo do que significa a palavra “algaravia”.

a) O que significa “preconceito linguístico”
b) “educação em língua materna mais democrática”. Existe língua paterna? Por que democrática? Existirá língua não democrática?
c)  Qual seria o estado atual das Ciências da Linguagem e da Educação?

O autor é tão obscuro como o fundo de uma caverna.
Página 10 – ideologia linguística e ideologia anti brasileira.
Creio que essas ideologias somente existem no cérebro do autor.
O resto da página parece-me se tratar de uma acusação prévia aos gramáticos e dos intelectuais brasileiros.
Página 11 e seguintes.
O autor deve saber que existe a língua falada e a linguagem escrita. Norma culta é a linguagem castiça, privilégio de poucos escritores.
A maioria dos escritores – tipo Jorge Amado – adotam o estilo coloquial ou popular.
A esse propósito, informo a essa editora que remeti para o Ministro da Educação uma proposta capaz de unificar o linguajar do povo brasileiro, acabar com o sotaque regional e permitir que todos os brasileiros falem a mesma língua.
Como? É possível.
Bastaria que houvesse para os cursos fundamental e médio currículos uniformes para o ensino público e particular, bem como os mesmos livros didáticos em todo o país.
O mesmo critério deveria ser adotado para os cursos superiores.
Os currículos eliminariam todas as matérias inúteis.
Outrossim, faz-se preciso que os professores estimulem os alunos a estudar por conta própria não só os livros didáticos oficiais, mas também outras matérias extra curriculares que possam enriquecer a cultura de cada um.
O nosso idioma deveria ser ensinado, também, em todos os cursos superiores.
Monteiro Lobato recomendava o permanente estudo de dicionários, que, para mim, é o melhor livro didático que existe.
Ilumina-se o dia 16. Retomo a leitura do livro em exame.
Chego à página 17. Jamais li tanta tolice.
O ilustre autor condena as gramáticas vigentes e propõe uma nova gramática.
Tenho ao meu lado duas gramáticas que ensinam a língua-padrão, as quais o autor condena ao lixo. A saber:
Michaelis – Português – Gramática Prática.
Gramática – Faraco & Moura.
Possuo também livros gramaticais do genial Luiz Antônio Sacconi.
O autor dá-me a entender que propõe a linguagem brega dos ignorantes em lugar da linguagem-padrão.
O próximo capítulo intitula-se “Primeiras palavras”, que começo a ler um tanto desanimado.
Se houver as mesmas tolices das páginas anteriores, eu desistirei de continuar a leitura deste livro, e a criticá-lo, pois se continuasse, eu escreveria um livro de crítica mais volumoso do que o livro em causa.
Ascendeu-se a impressão de que o ilustre autor – portador de um currículo invejável – despreza a etimologia. Parece-me ser ele epígono de Guimarães Rosa.
Ressalvo que não sou gramático.
Sou poeta e escritor, candidato ao Prêmio Nobel de Literatura de 2016.
Estudo os gramáticos com a intenção de escrever corretamente, isto é, de acordo com a língua-padrão.
Diz o autor que gramática não é língua.
Ora disso até um analfabeto sabe!
Mas a gramática disciplina a língua falada e a língua escrita.
Quem infringir a gramática comete erros graves.
Senhores:
Como eu previa, este livro não interessa a intelectuais. Portanto, aqui ponho um ponto final, embora me lembre desta sentença do filósofo Voltaire: “A besteira é coisa necessária”.
Informo que a Editora AMAZON publicou na internet dois livros meus intitulados: “CONTOS do SERTÃO” e “DIÁRIO de UM POETA”. Outros também serão publicados.

Atenciosamente,


Edson Valadares





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