SÁTIRA
(O Banqueiro)
O banqueiro, no nosso querido
Brasil,
é belo, rico, orgulhoso e varonil,
como o Papa, vive retirado,
para gozar do seu reinado!
Engorda, ele, de dinheiro o bolso,
e pode mandar o devedor ao
calabouço!
O banqueiro é “barrigudo” como um
Rei,
e o Banco Central ajuda à sua grei!
Tem vida faustosa de Marajá.
Sua fortuna não para de aumentar!
É mau patrão e usurário,
carrasco do pobre do bancário.
O banqueiro, como capitalista,
empresta a padre e a materialista.
É ele eterno parasita da nação,
desprovido de ética e de coração!
Como amigo dedicado aos poderosos,
não gosta de pagar os seus
impostos!
O banqueiro é da Jangal lobo
faminto,
e também tigre-asiático – se não
minto –
Habita a densa floresta da
espoliação
e jamais morrerá de sede ou
inanição!
Esse gênio – espirito do mal,
nos derruba como um vendaval.
O banqueiro vive no Paraíso.
Só o incomoda quem não tem juízo.
Sem talento para ser escritor,
de poetas o banqueiro tem horror!
Os filhos não vão à pública escola.
Ao pedinte não dá pão nem esmola!
Banqueiro não sofre calor ou frio,
seja no inverno ou no estio.
Viaja de avião ou navio luxuoso,
levando a família e até o cachorro!
O banqueiro é exímio explorador:
Explora o comerciante, usineiro,
agricultor.
Explora até o médico que o livra da
dor!
Explora a própria mãe e o
exportador,
sem piedade e sem o mínimo de amor!
Banqueiro come pão de trigo,
e o bancário come pão de milho.
O Banqueiro ignora do cliente a
agonia,
e somente a perda de dinheiro
aborrece sua senhoria!
Com a morte o banqueiro irá se
haver,
e não adianta no dinheiro se
esconder!
Esse homem sem justiça e desalmado,
um dia será defunto e condenado
a viver nas chamas do fogo eterno
que crepitam na fornalha do
inferno!
Edson Valadares
(O único poeta satírico do
Brasil na atualidade)
Aracaju, 20/09/2013
(Quando o Sol desmaiava no poente!)
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