quinta-feira, 25 de junho de 2020

SÁTIRA (O SALÁRIO MÍNIMO)


SÁTIRA
(O SALÁRIO MÍNIMO)


O salário mínimo
foi uma grande invenção
dos nobres donos da Nação,
para manter vivo o homem
com uma migalha de pão.
O salário mínimo,
do tamanho de um anão,
deveria matar a fome
da família do trabalhador;
dar-lhe casa e proteção.
Remédio para sanar a dor.
Colégio para os filhos,
roupa contra o tempo frio,
ar condicionado no calor.
Pagar sua locomoção,
para não faltar ao patrão.
O salário mínimo
faz o patrão pensar
que esse infeliz até lazer
pode gozar.
Os governantes do país,
a Justiça, os Congressistas
ainda não perceberam
que o salário mínimo,
curto como o mês de fevereiro,
mal sustenta um passarinho.
Para o operário é esmola;
para o aposentado uma esbórnia.
E, para a família, uma escória.

O salário mínimo
à mulher grávida
deixa sem nutrição.
A criança nasce mirrada
para a desgraça da Nação.
OH! Quanta judiação!
O patrão dorme na cama,
o empregado dorme no chão.
Até quando, Senhor Deus,
esse miserável sofrerá exploração?
O homem do salário mínimo
somente será feliz
quando posto no caixão!
O salário mínimo é uma ilusão!


Ilhéus, 17-8-2000
(uma hora da madrugada)


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