Aracaju, 6-5-2018.
Excelentíssima
Mestra
PATRÍCIA
VERÔNICA NUNES
CARVALHO
SOBRAL DE SOUZA.
Excelência:
Rogo desculpar-me pela ousadia de incomodar-vos
uma vez mais, com a minha correspondência.
Mas... aconteceu-me um fato singular, que me
parece digno do vosso conhecimento.
Acaba de morrer a minha segunda esposa de 54
anos de idade, vítima de um AVC.
Penalizada de mim, a minha Musa rompeu o
silêncio e veio do monte Parnaso para consolar-me com o poema LAMENTAÇÃO, que
transmito a V. Exa.
“Nascer, viver e morrer,
é um fenômeno que este
poeta não sabe compreender”.
Excelência:
Ninguém é profeta em sua terra, sentenciava a
condessa francesa Mme DE SÉVIGNÉ, a maior epistológrafa da França e do mundo.
Para ganhar fama no mundo literário de quem nasce
em Sergipe, quer no passado, quer atualmente, deve migrar para a cidade do Rio
de Janeiro ou a capital de São Paulo.
São exemplos: Tobias Barreto, João Ribeiro,
Silvio Romeiro, Hermes Fontes, Joel Silveira, e alguns mais.
Sergipanos que mereciam a fama, mas confinados
nas fronteiras do Estado, não obtiveram: Mário Cabral, Manoel Cabral Machado e
outros, apagados da minha memória.
Em 1984, nascia na cidade de Tobias Barreto,
Deise Valadares, que seria a poetisa grega Sappho reencarnada.
O livro dela, CANTO de UMA JOVEM, publicado
online pela AMAZON, confirma a opinião do saudoso crítico literário Mário
Cabral.
Entretanto, oferecido a algumas editoras do Rio
de Janeiro e de São Paulo, não provocou interesse.
Ela e eu somos candidatos ao Prêmio Nobel de
Literatura de 2018 e de 2019.
Somente beberemos o vinho da glória, no caso em
que sejamos laureados.
Prisioneira nas fronteiras deste Estado, V. Exa
não tem a possibilidade de obter fama nacional; fama que, aliás, não cobiça.
Quando eu olho para o poente e vejo o fluir do
crepúsculo, ponho-me a configurar que, a qualquer momento, saberei se há vida
após a morte.
A minha obra literária em processo de edição,
soma 15 livros e 10.000 páginas.
No momento, escrevo apenas o meu Diário, e
algumas cartas.
Obedeço à máxima de Goethe, a saber: “Aquilo
que se escreve no momento da inspiração, não deve ser alterado depois”.
Escrevo ao decorrer da pena, na velocidade do
relâmpago.
Finalmente, a ASL sem a vossa presença não
brilha como a luz do sol.
Efusivas saudações,
Edson Valadares
Nenhum comentário:
Postar um comentário