DIÁRIO
2018
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Abril
3. Meu Diário.
No passado, isto é, quando eu era mais jovem,
os meus sonhos fantásticos eram mais frequentes.
Agora, quando viajo nas veredas dos 95 anos, os
sonhos dignos de constarem em suas páginas, são raros.
Continuo sonhando sempre que estou dormindo.
Contudo, são sonhos rápidos que a memória se recusa a guardá-los.
Mas... para a minha surpresa, na madrugada de
hoje aconteceu-me um dos meus sonhos mais longos e extraordinários.
Sonhei que em companhia de um compadre, colega
petroleiro, eu visitava uma cidade tão bela e movimentada que suponho não
existir no planeta Terra.
Milhões de pessoas simpáticas e falantes transitavam
nas ruas e superlotavam as casas comerciais.
Eu entrei numa loja, e dirigi-me a um senhor
que me parecia ser o proprietário.
Cumprimentei-o e disse-lhe: senhor, deixe-me
apertar a sua mão para me certificar de que não é fantasma.
Ele estirou o braço e senti o aperto forte de
sua mão direita.
Então, pensei. Esta cidade, está multidão,
existem.
Aqui e acolá eu perdia de vista o meu
companheiro.
Ficava contente ao reencontrá-lo.
Na esquina de uma rua nos deparamos com o
acidente de dois automóveis, completamente destruídos. Os seus ocupantes
estavam mortos.
Mais adiante, avistamos um grupo de policiais
conduzindo um preso que parecia ter sido espancado.
Na maioria dos meus sonhos as pessoas parecem
ser mudas.
Daí o meu espanto ao visitar uma cidade populosa
na qual me parecia que todas as pessoas falavam.
Pareceu-me estranho não encontrar nenhuma
criança.
Decorridas algumas horas, perdi de vista o meu
acompanhante.
Parece-me que acordei logo, logo.
Apressei-me em registrar imediatamente, esse
sonho intrigante
.
Edson Valadares
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