quinta-feira, 30 de novembro de 2017

EUNÍCIO OLIVEIRA



                 
                URGENTE


Aracaju, 30 de novembro de 2017.


EXCELENTÍSSIMO Senhor Senador
EUNÍCIO OLIVEIRA, Emérito
Presidente do Congresso Nacional.


Excelência:

Aos 94 anos de idade, vivo somente com os meus parcos proventos de aposentado.
Por problema de saúde vi-me obrigado a fazer um empréstimo.
Desse reduzido empréstimo foi descontado R$ 84,50 referente ao IOF.
Além de pagar juros, pago, também, esse famigerado imposto sobre operações financeiras.
Esse imposto federal é injusto, extorsivo, indecente. Não poupa sequer um idoso sujeito a morrer a qualquer momento.
Esse imposto, irmão gêmeo da extinta CPMF é em verdade, um assalto ao espoliado povo brasileiro.
Excelência:
 Rogo aceitar este meu grito de protesto contra esse imposto, o qual penaliza o brasileiro rico, o pobre, o idoso, o moribundo, a viúva, o doente, etc.
Abaixo o IOF!
Seguro de que V.Exa. se comoverá à vista deste meu protesto, e providenciará a extinção desse imposto execrável subscrevo-me respeitosamente e agradecido.

 Edson Almeida Valadares
  (Aposentado;94 anos)

EUNÍCIO OLIVEIRA



Aracaju, 27 de novembro de 2017.


Excelentíssimo Senhor Senador
EUNÍCIO OLIVEIRA, Ilustre
Presidente do Congresso Nacional.


Excelência:

Quando eu penso profundamente, sou capaz de descobrir uma jazida de ouro na foz do rio Amazonas.
É voz corrente que a Câmara dos Deputados é a Casa do Povo.
Eu vejo aí uma contradição.
Se a Câmara é dos Deputados, é lógico que não é a Casa do Povo.
Em verdade, cabe ao povo tão somente a responsabilidade de pagar os vencimentos e as benesses usurpadas por Suas Excelências.
Os exemplos são muitos, principalmente no momento atual, em que a Câmara aprova leis contrárias aos interesses do povo, ou seja, da Nação.
Outro assunto.
O Brasil se dá ao luxo de cruzar os braços por causa de muitos feriados nacionais, estaduais e municipais.
O IBGE não calcula as perdas econômicas e financeiras causadas por esses feriados.
Acredito que essas perdas sejam de bilhões, bilhões de reais, anualmente.
Embora o nosso país se diga laico desde a Proclamação da República, existem muitos feriados religiosos, exclusivos da religião católica.
Tenho protestado contra esse absurdo perante à Câmara dos Deputados e do Senado, porém estou convicto de que prego no deserto.
A batina é ignorada pela Constituição, porém em realidade, é um Quarto Poder que mete medo aos outros poderes!
Viva os feriados religiosos, ou não!
Viva a preguiça!
Respeitosamente,


         Edson Almeida Valadares
 (Poeta, escritor, pensador; 94 anos).

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ABANDONO



ABANDONO


Abandonado pela dita civilização,
Sigo uma vereda empoeirada.
Não sinto medo, dor ou emoção.
Não sei se alcançarei uma estrada
Que me leve ao altar da salvação.
Sequer sei onde estou
E para que destino eu vou!
Nem sei se vivo um sonho
Ou um pesadelo medonho.
Na vida tive tudo o que desejava:
Cultura, dinheiro, a mulher amada.
Mas a velhice chegou como o inverno
E minha vida toldou-se num inferno.
Morreram meus entes mais caros;
Os amigos, cada vez mais raros.
Fugi da cidade sem alma
E procuro, na solidão, a calma
Numa caverna que conto encontrar
Para o meu espírito aí repousar.
Só no mundo, como Jequitibá,
Morrerei sozinho, como um sabiá.
Morrerei esquecido até do Destino
Sem uma alma bondosa para me enterrar.
Os urubus, meu corpo irão dilacerar
Como a carcaça de um bovino!
E depois? E depois, o que virá?
Estou sempre a me perguntar
Sem resposta encontrar.
Nem sei se um Deus haverá.


(Conjecturando sobre a morte)

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